Foto: Reprodução/TV Subaé
Há 22 anos, uma professora vendeu a fábrica de costura que tinha, para realizar o sonho de construir uma escola em uma comunidade carente de Feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador.
“Com 11 anos já ajudava minhas coleguinhas e sempre procurei ajudar mais do que ser ajudada. Acho que quando ajuda, é melhor você servir do que ser servida. Quando você está servindo você sabe que não está necessitando, está recebendo amor e esse esse amor transforma”, contou Eunice Macedo, proprietária da escola.
São cerca de 20 professores municipais que dão aulas para crianças sem condições financeiras de pagar uma escola particular.
A realidade de pessoas menos favorecidas sempre incomodou Eunice, que, ainda adolescente, gostava de visitar as comunidades carentes do Rio de Janeiro, onde passou a adolescência e boa parte da vida adulta.
Há 32 anos, já viúva, a professora foi morar com os filhos em Feira, onde se formou em Educação Física e continuou os trabalhos sociais. Eunice tinha uma fábrica de costura que fazia pronta-entregas de fardamentos. Fonte G1 Bahia
“Eu tive que me desfazer de uma fabricazinha que eu tinha de costura, eu vivia disso. A gente tinha que desfazer da lojinha porque foi uma opção na minha vida. Eu acho que para sermos felizes, a gente paga um preço. A minha felicidade não estava ali na pronta-entrega, ela está aqui, nesse meio, com essas pessoas, essas crianças”, relatou Eunice.
A Escola Santo Expedito, que fica no bairro Parque Lagoa do Subaé, possui 10 salas e beneficia 173 alunos da pré-escola. Além disso, a instituição também oferece reforço escolar a outras 30 crianças e aulas de ballet, capoeira e teatro tanto para alunos como para moradores da comunidade.
“Maravilhosa o que ela faz por essa escola aqui, nenhuma pessoa faz no mundo”, disse o aluno Ruan Kaleo, de 10 anos.
A dona de casa Ivoneide Nascimento, amiga de Eunice há muito tempo, tem um filho de 14 anos que já estudou na escola.
“Tinha vezes que eu via ela [Eunice] chorando e a gente ficava triste também. Ela queria realizar o sonho e graças a deus conseguiu e creio que vai conseguir muito mais porque ela é guerreira, corre atrás do que quer”, disse Ivoneide.
Há pouco tempo, a escola passou por uma reforma com a ajuda de um colégio particular da cidade e do comitê de cidadania do Banco do Brasil.
“Assim como o CRAS é uma porta de entrada de garantias de direito, a Escola Santo Expedito de ‘pró’ Eunice, é entrada de garantia, de apoio e conforto a essas famílias que estão em situação de vulnerabilidade, fragilidade e fragmentação familiar”, contou a coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Ivanete Rios.
A aluna Sabrina Raquele, de 11 anos, disse que, se pudesse, morava na escola e, por gostar tanto de cantar, recitou um poema sobre racismo. “O racismo não é legal, não dá pra evitar, mas contra ele, podemos lutar, lutar, lutar, lutar, até vencer e conseguiremos parar de sofrer, vencer, vencer, o racismo vai perder”. Fonte G1 Bahia
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