Ex-ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rouseff (PT), Antonio Palocci apontou, em delação, uma “organização criminosa” que movimentou de forma ilícita R$ 333,59 milhões, supostamente arrecadados e repassados por empresas, bancos e indústrias a políticos e partidos nos governos dos petistas. Isso teria acontecido entre o período de 2002 e 2014.
Na delação, Palocci cita grupos como Odebrecht, AMBEV, Grupo Corrêa, Pão de Açúcar, Banco Safra, Casino, Instituto Lula, PAIC Participações, Votorantim, Aracruz, BTG Pactual, Parmalat, Itaú-Unibanco, Bradesco, Vale, Brasil Seguros, BNDES, Sadia-Perdigão, Qualicorp, Touchdown e OAS. Foto: Reprodução/Facebook
São citados ainda os ex-presidentes Lula e Dilma, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, os executivos Benjamin Steinbruch e Rubens Ommetto, o ex-governador de Minas Fernando Pimentel, o deputado Carlos Zarattini, além da atual presidente do PT Gleisi Hoffman, o ex-deputado João Paulo Lima e Silva, o ex-governador do Acre Tião Viana, o ex-senador Lindbergh Farias, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto.
O ministro do supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, decretou a redistribuição das investigações sobre as revelações de Palocci. A delação está sob responsabilidade de Varas da Justiça Federal em Brasília, São Paulo e Curitiba. Parte das declarações foi anexada a inquéritos no próprio Supremo. Um depoimento foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio. A ordem do ministro do Supremo foi dada em abril.
Fachin se baseia em documentos e manifestações que o Ministério Público Federal apresentou ao Supremo.
As empresas citadas foram procuradas pelo Estadão. A RBS afirmou que "não vai comentar o assunto". O BTG Pactual afirmou que não fez qualquer doação eleitoral no ano de 2006, que jamais gerenciou recursos de qualquer partido político e que tampouco negociou a aquisição da empresa mencionada. Enquanto a Qualicorp afirmou que nunca pleiteou ou obteve qualquer tipo de benefício público e jamais transgrediu a lei. Já o Itaú Unibanco repudiou a tentativa de vincular doações eleitorais feitas de forma legal a supostas condutas para atender a interesses particulares.
O grupo Pão de Açúcar e o Banco Safra e a Camargo Corrêa não se manifestaram. A Vale também repudiou "enfaticamente" qualquer alegação que procure distorcer suas doações eleitorais ou questionar sua legalidade.
A BRF alegou que todas as doações eleitorais que foram realizadas pela empresa em 2010 são públicas e foram devidamente registradas no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O Bradesco afirmou que realizou doações eleitorais aos partidos, todas elas públicas e devidamente registradas, conforme consta no site do Tribunal Superior Eleitoral.
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