O delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, afirmou nesta quinta-feira (15) que a polícia pediu à Justiça a apreensão de um adolescente de 17 anos, que teria participado do planejamento do massacre da escola de Suzano nesta quarta-feira (13). Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25,mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, na cidade da Grande São Paulo.
De acordo com a polícia, o adolescente suspeito de ter participado da elaboração do crime é ex-aluno da escola, e foi colega de classe de Monteiro. "A terceira pessoa é um adolescente, a apreensão dele já foi sugerida ao juiz da infância e da juventude e o material relacionado com a participação dele já está arrecadado", disse Fontes.
"Estamos aguardando a manifestação da Justiça. Pode ser a qualquer momento", complementa o delegado. O dono do estacionamento onde a dupla guardou o carro teria informado para a polícia sobre a participação de uma terceira pessoa, informou o delegado. "Ainda não confirmamos a informação, estamos submetendo a fotografia do adolescente ao responsável pelo estacionamento para confirmar. Temos outros dados que fazem crer que esse indivíduo participou pelo menos da fase de planejamento."
De acordo com Fontes, a investigação aponta que a motivação do massacre é por reconhecimento da comunidade e para aparecer na mídia: "Esse foi o principal objetivo, não tinha outro", diz delegado. "Não se sentiam reconhecidos, queriam demonstrar que podiam agir como [o massacre em] Columbine, nos Estados Unidos, com crueldade e com um caráter trágico para que fossem mais reconhecidos do que eles", afirmou o delegado. Tal informação foi relatada à polícia por testemunhas próximas a Guilherme, que seria o líder da dupla. "Pessoas que estavam próximas dele e obtiveram essa informação diretamente dele".
Para o delegado, a questão do bullying é pouco representativa, pois foi citada em apenas uma parte da investigação e "não é significativo". A polícia trabalha com a questão do reconhecimento e vingança na motivação da morte do tio. "Na realidade ele estava se sentido não reconhecido pelo tio, apesar de o tio ter contratado ele para trabalhar na empresa, mas ter que demitir posteriormente porque ele estava praticando pequenos furtos", explicou o delegado. Segundo a polícia, a investigação aponta que eles não pretendiam fazer ataques em outras escolas.
"Todo material colhido não demonstra que eles fariam ou tentariam fazer outros ataques em outras escolas", afirmou o delegado. Fontes também alegou que ainda não há nenhuma relação direta com a "deep web". "No momento não vamos revelar como era feita a comunicação. O que posso indicar é que a maioria das conversas deles eram pessoais, travaram poucas conversas através da internet. Não tenho nenhuma evidência, até o presente momento, de que eles estivessem consultando a 'deep web', para poder ter material suficiente para executar o que executaram". G1.
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