por Leonardo Augusto | Estadão Conteúdo
Foto: Reprodução / OGlobo
O ex-empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi condenado a 16 anos e 9 meses de prisão por participação no esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro. A sentença é da juíza Lucimeire Rocha, da 9.ª Vara Criminal do Fórum Lafayette, a primeira instância da Justiça de Minas. A pena é por lavagem de dinheiro e peculato. Marcos Valério é o sexto envolvido no mensalão mineiro sentenciado pela Justiça de Minas em pouco mais de dois meses. O mensalão mineiro, conforme denúncia do Ministério Público, foi o desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras como a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o extinto Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) para a campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao Palácio Liberdade em 1998. O esquema, ainda segundo o Ministério Público, utilizava agências de publicidade de Marcos Valério. O ex-empresário já cumpre pena de 37 anos de prisão por participação do mensalão do PT. Marcos Valério estava preso desde 2013 na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande Belo Horizonte e em julho do ano passado foi transferido para uma Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (Apac) em Sete Lagoas, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A transferência ocorreu depois de o ex-empresário fechar delação premiada com a Polícia Federal com informações sobre o mensalão mineiro. Ex-sócios de Marcos Valério, Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach também foram condenados a 16 anos e noves meses de prisão pela juíza Lucimeire Rocha. Ambos, assim, como Valério já haviam sido sentenciados no mensalão do PT. A decisão é de sexta-feira (15). Todos podem recorrer. Em 24 de abril, o ex-governador Eduardo Azeredo teve confirmada em segunda instância condenação a 20 anos e um mês de prisão dentro do mensalão mineiro por peculato e lavagem de dinheiro. Em 22 de maio, o tucano teve negado recurso e, um dia depois, iniciou o cumprimento da pena em batalhão do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte. Em 14 de maio, o ex-senador Clésio Andrade foi condenado em primeira instância a cinco anos e sete meses de prisão em regime semiaberto por participação no esquema. Neste caso, coube recurso. Andrade ocupava a vaga de vice na chapa de Azeredo. A pena foi por lavagem de dinheiro. Também em primeira instância, o jornalista Eduardo Guedes foi condenado em 12 de abril a 17 anos e cinco meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro dentro do mensalão mineiro. Por ser decisão em primeira instância, também coube recurso. O advogado de Marcos Valério, Jean Kobayashi, classificou a sentença da juíza da 9ª Vara como "desproporcional". Segundo o representante do ex-empresário, a delação feita por Marcos Valério ainda não foi aceita. Conforme Kobayashi, é preciso aguardar decisão judicial que vai autorizar, ou não, a Polícia Federal a colher delações premiadas. O advogado de Cristiano Paz, Castellar Neto, disse que o papel de seu cliente "no dia a dia da agência, era exclusivamente dedicado à atividade publicitária, sem qualquer ingerência na parte administrativa ou financeira. Por isso, a defesa entende que a condenação não merece prosperar". Paz foi condenado a 23 anos de prisão no mensalão do PT e atualmente cumpre pena em regime semiaberto em Apac de Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. Já o advogado de Ramon Hollerbach, Estevão Ferreira de Melo, disse que vai pedir a prescrição da pena por seu cliente ter completado 70 anos no último dia 13. Hollerbach foi condenado a 27 anos de prisão no mensalão do PT e também foi autorizado a cumprir a pena em regime semiaberto.
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