Flavio Melo Ribeiro (Foto: Arquivo Viver – Atividades em Psicologia) / Psicólogo Flávio Melo Ribeiro/CRP12/00449 flavioviver@gmail.com (*)
Por muitos anos verifiquei que os meus clientes e demais pessoas que lutavam para superar os problemas com o uso de drogas se utilizavam do recurso de promessa para escapar do uso. Porém esse é um recurso frágil, pois a promessa no fundo acaba sendo como pequenas amarras que tentamos fazer no nosso corpo através do pensamento para que possamos evitar o uso das drogas, como que eu amarrasse os braços e mãos para não utiliza-la para tal fim. Mas são frágeis, pois depois de feita ela não passa de um pensamento que se encontra no nosso passado e para termos acesso precisamos tomar distância pensarmos novamente na promessa como algo que fizemos. A promessa passa a ser mais uma possibilidade para mim, como voltar a usar a droga é outra e também basta apenas um pensamento contrário para destruir todo esse aparato feito com toda boa vontade, basta pensar: vou usar só hoje, ou apenas mais uma vez, ou mesmo a célebre frase: vai ser a última vez que farei uso.
Você leitor, pode até estar achando que quando a promessa é feita com uma grande carga de emoção ela é mais eficaz, mas não. A maioria das promessas nessa circunstância de uso de droga é feita porque a pessoa já está sofrendo de alguma forma e a faz com sinceridade, levando em consideração as pessoas que gosta e também estão sofrendo com a situação, mas mesmo assim a promessa é facilmente destruída. Então o que fazer. Primeiro é importante pensar de que forma as pessoas se motivam para qualquer coisa e em seguida verificar como manter essa motivação.
Motivação, ou melhor, motivo para a ação. Não qualquer ação, mas as específicas que trazem como resultado o que a pessoa estava desejando. Isto quer dizer que o que nos motiva, é algo que está no futuro, ainda não se realizou e nem é garantia de vir a ser, mas mesmo assim, já existe em forma de desejo, indicando o que queremos para nos realizarmos. Esse futuro existe a ponto de mexer conosco, de alterar nossa emoção, nosso humor, de mobilizarmos outras pessoas a construírem junto. É essa relação com o futuro que precisa ser trabalhada com o usuário de drogas e se possível com seus familiares. Verificar com o interessado em parar com o uso das drogas o que ele gostaria de ser e fazer enquanto construção da sua vida e montar possibilidades de fazer de maneira a se manter sóbrio. Sei que não é fácil e receio ser simplista nas colocações acima, mas já verifiquei com muitos clientes que ao organizarem suas vidas de tal forma que era exigido ficar sóbrio para realizar as tarefas, que a vontade de consumir drogas e álcool diminua muito.
Mas isto não implica em apenas fazer um planejamento de tarefas, pois ela não vai diferenciar no aspecto da fragilidade da promessa. Mas montar um projeto de vida, que leve em consideração suas características psicológicas e as coloque a seu favor. Para isso é necessário a pessoa identificar e reconhecer-se nessas características, bem como, planejar como na prática pode fazer para alcançar o que deseja. Pois é na realização dos projetos que se dá sentido à vida. Só quando se alcança tal estágio que a pessoa consegue a verdadeira motivação para manter o “novo” estado de vida.
Psicólogo Flávio Melo Ribeiro
CRP12/00449
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