Existem momentos em nossa vida em que nos sentimos perdidos. Buscamos uma luz na escuridão, uma alternativa para fugir das turbulências do dia-a-dia, buscamos tudo, até nós mesmos. Nem sempre conseguimos lidar com as situações que nos apresentam e não conseguimos soluções. Por mais equilibrado e espiritualizado que sejamos, desafios sempre encontramos em nossos caminhos.
E ela estava passando por esta fase em sua vida, parecia que um furacão estava varrendo tudo: amigos e amores.
Resolveu refugiar-se junto à natureza, longe de tudo. Novos amigos, novos interesses, novos projetos. Decidiu deixar tudo para trás: seu bairro, sua casa, onde criara seus filhos, seus cachorros, suas plantas, a presença dos filhos e netos.
Sua vida estava mudando e ela sentia isto. Havia a necessidade de procurar novos caminhos. Para ela não estava sendo fácil, mesmo sabendo que a vida é feita de mudanças. Sempre foi aventureira e gostava de trilhar novos caminhos, porque este sentimento de apego estava surgindo logo agora? Medo da solidão? Não, ela nunca sentira medo de nada. Assim, deu adeus aquela vida pacata, sem novidades e partiu.
Sentada na varanda de sua nova casa, sentiu um vazio inexplicável. Um vazio que logo seria preenchido ao ouvir de longe uns miadinhos fracos embaixo de um monte de madeiras. Correu e encontrou uma gatinha esquálida, presa e sem forças para se soltar. Retirou-a dos meios dos entulhos e foi logo a alimentando.
Sempre ouvira falar que animais são anjos enviados à nossa vida para nos ajudar. Naquela hora não pensou nessa suposição.
Chegou então, o dia crucial. Precisava passar uma semana fora, e a gatinha? Será que teria dono?
Não podia levá-la. De repente ela voltaria para seu dono e além do mais, os seus cães não gostavam de gatos. Decidiu deixá-la.
Na sua volta, encontrou os vizinhos em polvorosa:
_ Você deixou sua gatinha aqui,ela miava muito, tivemos que pular o seu muro e alimentá-la! Neste momento, lembrou-se do bichinho.
Abriu o portão e lá estava ela, veio correndo para o seu lado. Penalizada, nem retirou suas bagagens, foi logo à loja de animais e a cobriu de mimos e comida.
Foi desse jeito que Penélope entrou na sua vida. Parece uma criança carente, não fica um minuto sem sua presença. Um simples movimento e ela desperta e sai correndo atrás de sua dona. Acompanha-a em todos os lugares. A solução foi comprar uma gaiola e transportá-la para todos os lugares em que vai.
A gatinha já se acostumou com esta vida de viajante.
Os cachorros? Estes já se acostumaram e tratam-na como uma princesa. Assim que ela chega, abandonam suas casas para que ela possa tirar o seu cochilo.
Penélope foi um anjo enviado. Agora, ela acredita. http://mhfonseca.blogspot.com.br/?expref=next-blog
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