por Fabio Serapião e Renan Truffi | Estadão Conteúdo
O advogado Rodrigo Tacla Duran afirmou, em depoimento aos deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS), ambos da CPI da JBS, que participou de uma reunião com integrantes da Lava Jato, em Curitiba, na qual o ex-procurador Marcello Miller teria pedido a ele que gravasse uma conversa com advogados da Odebrecht. O depoimento foi colhido no sábado passado (28), em Madri, onde Tacla Duran se mantém foragido da Justiça brasileira. O advogado tem ordem de prisão expedida pelo juiz Sérgio Moro. Miller é um dos alvos da CPI por causa de sua atuação nas negociações do acordo de colaboração da J&F. O ex-procurador é suspeito de ter trabalhado para a empresa enquanto ainda ocupava o cargo no MPF. De acordo com o advogado, o pedido de Miller teria acontecido durante negociações com a força-tarefa da Lava Jato. Em um desses encontros, detalhou Tacla Duran aos deputados, ele informou aos procuradores sobre uma reunião que fora convidado a participar com a presença de advogado da Odebrecht. Na versão dele, neste momento, Miller teria solicitado que ele gravasse a conversa dos advogados. "O Sérgio Bruno foi um pouco contra, se mostrou contrário ao que havia sido proposto, e disse: Vai lá e conta pra nós depois", disse Tacla Duran. Em nota, a defesa de Miller confirma que ele esteve com Duran, mas que "nunca orientou ou sugeriu qualquer pessoa a fazer gravações para obter provas em processos de delação". Procurado, Sérgio Bruno não respondeu os contatos da reportagem. A Odebrecht informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as atividades de Tacla Duran foram informadas pela empresa às autoridades no processo de colaboração com a Justiça.
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