Lígia Formenti / Estadão Conteúdo
O morador de rua Janes Brito, de 53 anos, morreu no fim da manhã desta quarta-feira, 29, em uma movimentada via de Brasília depois de pedir socorro por mais de duas horas a pessoas que passavam pelo local.
Queixando-se de dores no peito, Brito ficou sentado na via, a menos de cinco minutos do Hospital Regional da Asa Norte, da rede pública de saúde e referência para região. De acordo com a Polícia Militar, o socorro somente foi chamado quando pessoas perceberam que Brito estava imóvel. Quando a polícia e o Corpo de Bombeiros chegaram, porém, o homem já estava morto.
O corpo de Brito foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). Até as 14 horas, nenhum familiar havia sido identificado. A morte do morador de rua ocorre num momento em que não há no governo do Distrito Federal nenhum serviço de interpelação social para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade. O atendimento tem como objetivo abordar, sugerir e encaminhar essas pessoas para abrigos ou outros serviços de proteção. Quando o atendimento estava em funcionamento, eram feitas em média 2.700 abordagens por mês.
A atividade foi interrompida em julho, depois de a Justiça determinar a suspensão de uma licitação para contratação de uma empresa encarregada de prestar o serviço. Lançada em 2016, no valor de R$ 50 milhões, a licitação determinava que a empresa vencedora deveria prestar o serviço por cinco anos.
O resultado da licitação, que apontou o Instituto Ipês como vencedor, foi questionado na Justiça pela segunda colocada da disputa, Casa Santo André. A Justiça confirmou o resultado da licitação, mas, de acordo com a Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o serviço será retomado somente em dezembro. De acordo com a secretaria, o objetivo é atender 3 mil pessoas em situação de rua por mês, por meio de 30 equipes.
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