Foto: Reprodução / RBS TV
O reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luís Carlos Cancellier de Olivo, foi preso nesta quinta-feira (14) pela Polícia Federal. O mandado judicial foi cumprido no âmbito da Operação Ouvidos Moucos, que tenta desarticular uma organização criminosa que teria desviado recursos para cursos de Educação à Distância (EAD) da UFSC. Segundo o G1, a chefia de gabinete da reitoria se disse surpreendida pela operação, que não teve acesso ao processo e deve se reunir para decidir quais medidas serão tomadas. São cumpridos sete mandados de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e 16 de bsuca e apreensão em Florianópolis, Itapema e Brasília, inclusive, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A Justiça Federal determinou que a unidade central da Capes forneça imediatamente à PF acesso integral aos dados dos repasses para os programas EAD da universidade catarinense. A Operação Ouvidos Moucos é feita em conjunto com a Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União, e seu nome faz referência à desobediência reiterada da gestão da UFSC aos pedidos e recomendações dos órgãos de fiscalização e controle. Luís Carlos Cancellier foi eleito em 2015 para o mandado entre 2016 e 2020. As investigações indicam professores da UFSC, especialmente do Departamento de Administração, empresários e funcionários de instituições e fundações parceiras teriam desviado bolsas e verbas de custeio por meio de concessão de benefícios a pessoas sem qualquer vínculo com a universidade. Por exemplo, bolsas de tutoria foram concedidas para pessoas sem qualquer vínculo com as atividads de magistério superior em EAD. "Inclusive parentes de professores que integravam o programa receberam, a título de bolsas, quantias expressivas, além disto também foram identificados casos de direcionamento de licitação com o emprego de empresas de fachada na produção de falsas cotações de preços de serviços, especialmente para a locação de veículos", concluiu a PF. Em casos mais graves, professores eram coagidos a repassar metade dos valores das bolsas recebidas para professores envolvidos com fraudes. A investigação apontou também uma série de vulnerabilidades nos instrumentos de controle e fiscalização dos repasses efetuados pela Capes no âmbito do Programa Universidade Aberta do Brasil. A alta administração da UFSC também exerceu pressão sobre integrantes da Corregedoria da Universidade que realizavam internamente a apuração administrativa. BN
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