Foto: Jane de Araújo/ Agência Senado
Líder do PMDB no Senador, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo publicada nesta segunda-feira (10) que “ninguém aguenta mais o governo”. Ele teceu críticas à gestão de Michel Temer, seu correligionário, e apontou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, como alternativa para condução da “inevitável travessia”. Para Renan, o maior equívoco do governo foi seguir uma agenda “unicamente do mercado”. “O presidente, pela circunstância, foi colocado na cadeira de piloto de um avião sem plano de voo, sem saber de onde estava vindo nem para onde estava indo. Lá atrás os passageiros estavam aguardando sinais do comandante. Ele disse: 'Fiquem calmos, temos um rumo, devemos chamá-lo de ponte para o futuro e vamos rapidamente, sem sobressaltos, chegar lá.' Num primeiro momento, foi alívio e alguma esperança. Aí acontece um desastre: o avião entra numa tempestade e um raio fora do radar atinge as duas asas”, comparou, para depois acrescentar que o presidente “continua com a mão no manche, pisa cada vez mais fundo”. “Por isso esse sentimento de que o governo já foi. Não devemos descartar o Rodrigo Maia como alternativa constitucional e como primeiro e decisivo passo para essa inevitável travessia que nós deveremos ter de fazer”, avalia. Renan também fez questão de se retratar sobre a comparação que fez entre o governo Temer e a seleção comandada por Dunga. "Dunga foi um vencedor, não é oportunista, é sério, foi tetracampeão e, como treinador, conquistou vários títulos. Dunga não merecia, sinceramente, essa comparação". Questionado sobre eventual apoio à provável candidatura do ex-presidente Lula, Renan apontou que não poderia descarta-la. “Na política não se dá o direito de descartar ninguém que partilha do mesmo objetivo. Eu acompanho essas coisas pelo noticiário e já foi mais fácil condenar o Lula. Não vai ser tão fácil como alguns esperavam. Para que se possa olhar o cenário futuro com mais nitidez, precisamos saber quem será candidato, quem estará na presidência da República e, falando do quadro atual, por mais pavoroso que seja, quem estará solto”, afirmou. Renan negou ainda que tema ser preso. “Não. Eu fui citado por delatores presos que sequer me conheciam. Não há uma prova contra mim. Em função do cargo que eu representava, a chefia de um Poder [o Legislativo], circunstancialmente passei a ser multi-investigado. Eu não temo nada. Medo só atrapalha nessas horas”. BN
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