Michael J. Ryan tinha de tudo pra dar errado na vida. A mãe dele era dependente química, o padrasto batia na esposa e mesmo criado nesse ambiente desajustado, Michael agora é um juiz de menores, com uma história poderosa.
Todos os dias o juiz decide casos em Cuyahoga County Juvenile Court, um Centro de Detenção Juvenil, em Cleveland, EUA. São histórias de desvantagem, pobreza e fome, casos de violência, famílias desestruturadas e leis desrespeitadas. Semelhantes ao que vivenciou na própria família.
História
Ryan, de 43 anos, passou por 11 escolas.
Ele viveu na pobreza, seu pai biológico era presidiário.
A mãe era viciada em heroína e prostituta. Ela morreu quando Ryan era 13. Em 1993 veio a virada.
O jovem passou pela faculdade de Allegheny College, na Pensilvânia, com a ajuda de várias bolsas de estudo e sua avó.
Depois se formou em Direito pela Faculdade de Direito, na Universidade Estadual de Cleveland e trabalhou no departamento de direito da cidade, antes de ser eleito para a corte municipal de Cleveland, em janeiro de 2006 e no Juizado de Menores, em 2012.
"Eu percebo esse mesmo sentimento complicado num monte de crianças que vêm para o tribunal, especialmente os que vêm do mesmo bairro que eu vim", disse o juiz recentemente.
"Eu não vou permitir que eles usem isso como uma desculpa para se comportar mal. Eles têm opções, como eu fiz. E as escolhas que você faz podem custar a sua vida ou a vida que você espera ter.
E Michael se sente na obrigação de compartilhar a história para além das audiências. Ele leva o público às lágrimas com discursos sobre a sua vida, pedindo aos ouvintes para nunca se contentarem e superarem quaisquer obstáculos que possam encontrar.
Livro
Agora, ele escreveu sua história em um livro com detalhes angustiantes sobre sua infância e sua ascensão. É um livro de memórias, "O menos provável: dos Projetos de Habitação ao Palácio de Justiça". O livro está à venda na Amazon.
Num período difícil no Heights High - onde estudou quando foi morar com sua avó em Cleveland Heights - ele conta: "Em vez de reclamar, dar desculpas ou jogar minhas mãos para cima e dizer que eu não poderia fazê-lo, eu simplesmente alterei a minha rotina. Eu mudei minha rotina para estudar mais, durante a minhas aulas".
Sobre a importância de um diploma universitário permitir superar seu passado: "Se você olhar para a minha situação e compará-la com muitas crianças que tiveram circunstâncias semelhantes, era mais provável que eu estivesse morto, ou tivesse abandonado a escola, ou na prisão. O diploma universitário era um símbolo de fé e trabalho duro cumprido". Fonte: Amodireito, com informações do Jus Brasil
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