Cinco viúvas de jogadores mortos no acidente envolvendo a delegação da Chapecoense, em novembro do ano passado, na Colômbia, revelaram nesta sexta-feira ao jornal Folha de S. Paulo que estão acionando o clube catarinense na Justiça. As viúvas de Gil, Bruno Rangel, Canela, Ananias e Gimenez reclamam na esfera trabalhista para que sejam considerados valores referentes a premiações e direitos de imagem em suas indenizações. A primeira ação já foi movida por Valdécia Borges de Morais Paiva, viúva do volante Gil, e suas filhas Gabriella e Lívia. Protocolada na segunda semana de fevereiro na 1ª Vara do Trabalho de Chapecó, a ação será julgada em audiência em 22 de maio, na cidade catarinense. As outras esposas aguardam a obtenção de todos os documentos para fazer o mesmo. As ações dizem respeito a uma antiga e controversa prática no futebol nacional: o pagamento de direito de imagem separado do salário. O valor, que representa a maior parte da renda do atleta, tem dedução fiscal menor do que o salário, registrado em regime CLT. Após o acidente com o avião da La Mia, que matou 71 pessoas (19 jogadores), a Chapecoense fez pagamento de verbas rescisórias e seguros às famílias das vítimas. Segundo a Folha, foram quitados dias trabalhados naquele mês de novembro, 13º salário e férias proporcionais, além de direito de imagem. A família de Gil teve direito a um seguro de vida pago pelo clube e outro pela CBF. As duas coberturas tinham teto e se baseavam no salário declarado na carteira de trabalho, sem contar os direitos de imagem, o que reduziu drasticamente o valor. As viúvas, que se organizam por um grupo de WhatsApp argumentam que os atletas morreram em traslado sob responsabilidade da Chapecoense, o que caracterizaria acidente de trabalho.
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