Baterias que duram pouco, cabos que estragam fácil, lugares sem tomada: carregar o celular quase sempre dá problema. Mas em breve, a solução para tudo isso pode estar literalmente ao alcance dos seus dedos: cientistas da Universidade de Michigan bolaram um jeito de transformar o toque em energia elétrica. O dispositivo, batizado de nanogerador, é fino e dobrável como uma folha sulfite, e feito de várias camadas de materiais que conduzem a eletricidade, como a prata e o polipropileno (um polímero resistente).
A ideia dos cientistas é colocá-lo sob a tela do seu celular e fazer com que a sua energia motora (o movimento dos seus dedos na tela) seja convertida em energia elétrica, que automaticamente carregaria o aparelho. O interessante é que quanto menor o gadget que precisa ser carregado, mais rápido o nanogerador funciona: dobrar o nanogerador – como se fosse uma folha de papel – faz com que ele converta mais energia mais rápido. Daí vem a ideia de instalar a coisa atrás da telinha do seu smartphone, que é relativamente pequena.
Mas outra boa ideia dos cientistas é criar saltos de sapato que convertem a energia motora dos passos da pessoa, para que ela possa recarregar as baterias de seus gadgets. Além de prático, o nanogerador é leve, ecologicamente correto e barato, segundo os autores do estudo: “É uma alternativa promissora ao uso de energia elétrica”, explica Nelson Sepulveda, professor de engenharia elétrica e um dos cientistas que acompanhou o projeto.
Tudo isso pode até parecer hipotético demais para funcionar, mas já é uma realidade: os cientistas de Michigan usaram o nanogerador para manipular uma tela touch screen de celular, para digitar em um teclado flexível e até para acender em conjunto de 20 luzes de LED do tamanho de uma palma da mão – tudo isso sem a ajuda de baterias externas: o dispositivo deu conta de tudo sozinho.
Mas ainda falta para o pequeno gerador chegar aos seus dedos. Apesar de os cientistas terem conseguido carregar alguns dispositivos, a carga não o suficiente para que eles permanecessem funcionando sem receber energia – os pesquisadores precisavam ficar movendo os dedos para que a coisa continuasse ligado. Mesmo assim, já é um começo.
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