Veículo que transportava urnas durante a manhã recolhia material de campanha de Nelson Marchezan (PSDB) pela tarde. Era uma prestadora de serviços
LUÍS LIMA / epoca.globo
Uma van contratada tanto pela campanha do candidato tucano à prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, quanto pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foi alvo de polêmica na tarde desta sexta-feira (28), no centro da capital gaúcha. O mesmo veículo usado na parte da manhã para transportar urnas eletrônicas para as eleições deste domingo (30), também foi utilizado, no período da tarde, para recolher material de campanha do candidato do PSDB.
O candidato do PSDB à Prefeitura de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (Foto: Adriana Franciosi/Ag. RBS/Folhapress). Van que recolhia material de campanha tinha inscrição do TRE. Era uma prestadora de serviços
Militantes do candidato adversário, o peemedebista Sebastião Mello, repararam que o carro tinha na traseira uma plaqueta com a inscrição "a serviço do TRE", e começaram a sacudir a van, exigindo esclarecimentos. À reportagem, a proprietária da Frotas Lise, responsável pelo veículo, disse que o motorista trocou a van que prestaria os serviços a Marchezan, no período da tarde, pela van que havia prestado serviços ao TRE durante a manhã. "Ele substituiu o carro em função de problemas mecânicos, e não prestou atenção que na plaqueta do tribunal. Houve apenas um descuido. O mesmo veículo prestou serviços para dois clientes diferentes em dois períodos do dia. Não há irregularidade ou conflito de interesse", defendeu-se. Ela prestou depoimento à Superintendência Regional da Polícia Federal, nesta sexta-feira. Neiva ainda contou à reportagem que tem duas vans à disposição de Mello, além de uma para Marchezan -- que acabou quebrando -- e outra para o TRE. Nos caso dos serviços prestados ao candidato Mello, Neiva admitiu que não foi firmado nenhum contrato, nem feito a emissão de notas fiscais, como consta no depoimento colhido pela polícia. Procurado, o candidato não retornou até o fechamento desta nota.
Em comunicado, o TRE informou que o contrato firmado com empresas de transporte determina que os veículos "não poderão conter, sob hipótese alguma, qualquer identificação, propaganda eleitoral ou símbolo que remeta a partido ou coligação concorrente, quer em nível municipal, estadual ou federal" enquanto prestam serviço ao órgão. Por telefone, a assessoria de imprensa de Marchezan disse que o ocorrido não passou de um "mal entendido" e que não pode assumir a responsabilidade pelo fato. Também informou que repudia a forma agressiva com que os simpatizantes de Mello reagiram.
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