O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) , Gilmar Mendes, criticou na manhã desta sexta-feira (21), o programa Bolsa Família como forma de comprar votos. Segundo ele, o benefício tinha como objetivo "eternizar" um governo no poder.
"Com o Bolsa Família, generalizado, querem um modelo de fidelização que pode levar à eternização no poder. A compra de voto agora é institucionalizada (com o programa)”, comentou o ministro, em discurso durante o seminário Soluções para Expansão da Infraestrutura no Brasil, promovido pela Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Acmham) e pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Mendes afirmou ainda que a Justiça Eleitoral não se preparou para esse tipo de situação, como quando apontou o arquivamento da ação que pedia investigação das contas de Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014, denúncia que, mais tarde, foi aceita e investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar dessas "mazelas", como classificou, o ministro apontou que as crises no Brasil foram tratadas dentro do marco institucional.
O presidente do TSE declarou ainda que casos de corrupção demoraram tanto para serem descobertos por causa de falhas no sistema jurídico do país. "O TCU tem sua responsabilidade inequívoca nesse processo, falhou o Ministério Público, falhou o Judiciário, falhou o Legislativo. Quanto esses fatos todos se revelam, temos que nos sentir de alguma forma um tanto quanto responsáveis."
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