A estratégia do Uber de incentivar corridas compartilhadas de média distância na cidade de São Paulo pelo preço promocional de R$ 6 —similar ao da integração entre ônibus, metrô e trens— acendeu um alerta em empresários do transporte coletivo.
Assim como as lotações atraíram passageiros nos anos 90, a preocupação agora é que a concorrência do aplicativo provoque migração de usuários e desorganização dos serviços sob concessão ou permissão —a exemplo do que ocorreu no mercado de táxis.
O Uber começou a testar nesta semana, em caráter temporário (inicialmente até 16 de setembro), a tarifa fixa de R$ 6 para uso de carros em sistema compartilhado (com até quatro passageiros no veículo) numa área previamente delimitada e nos horários de pico de segunda a sexta (das 7h às 11h e das 17h às 20h).
Na área estão bairros da zona oeste (como Pinheiros e Perdizes), sul (como Campo Belo e Santo Amaro) e centro (República, Bela Vista). A corrida, na fase atual, é subsidiada pela própria empresa, e não pelos motoristas do Uber.
O passageiro, porém, não pode ter pressa: precisa estar sujeito ao sobe-e-desce e a vários desvios pelo caminho.
Num teste da Folha em rota de 5 km entre as estações Brigadeiro e Sumaré do metrô, a viagem que levaria 15 minutos durou 41 minutos no Uber de R$ 6. Um usuário chegou a desistir da corrida depois que a rota já havia sido desviada para buscá-lo.
Da Pompeia (oeste) ao Morumbi Shopping (sul), por exemplo, em percurso de mais de 13 km, a viagem de transporte público (trem e ônibus) custa R$ 5,92 —apenas R$ 0,08 menos que no aplicativo. Na categoria não compartilhada do Uber, R$ 40. De táxi, R$ 50. Portal No Ar
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