Será que alguém admite que partidos que têm seus quados os principais alvos da Operação Lava- Jato ( PMDB, PT e PP) estão a fim de indicar os nomes de parlamentares para compor a comissão especial responsável pela tramitação dos projetos das “10 Medidas contra a Corrupção”, que foram apresentados ao Congresso em março, por iniciativa do Ministério Público Federal e entidades que recolheram mais de 2 milhões de assinaturas. dos projetos anticorrupção na Câmara? Certamente eles não são suicidas. Após três semanas da autorização para criar a comissão, os partidos PSC e PCdoB também não apresentaram os nomes. A falta das indicações é apontada como o motivo pelo qual o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), ainda não liberou o início dos trabalhos. Até agora, 14 partidos (PTN, SD, PRB, PHS, DEM, PTB, PR, PSD, PROS, PV, PSDB, PSB, PDT e Rede) apresentaram 18 membros titulares. Faltam ainda outros 12 nomes. Segundo a Mesa Diretora da Casa ele aguarda todos os líderes indicarem seus representantes;
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), disse que não há orientação do Palácio do Planalto para dar celeridade à instalação da comissão especial.“Não tive nenhuma orientação do Governo, nem favorável nem contra. A prioridade é pauta econômica, que é a pauta do momento, mas também não há nenhuma restrição para essa comissão”, afirmou. O ex-ministro Romero Jucá (PMDB-RR) investigado na Lava-Jato, também confirma que a prioridade do Governo agora não são as medidas do pacote anticorrupção e afirmou: “A pauta do governo agora é econômica". Os petistas aproveitaram para fazer média com o eleitorado. O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), disse não ter conhecimento de que já deveria ter indicado nomes. “A independência da Polícia Federal foi uma ação do PT. Nós temos compromisso com o combate à corrupção”, afirmou;
O primeiro-secretário da Casa, Beto Mansur (PRB-SP),admitiu que houve e há dificuldade para convencer as lideranças. O deputado Mendes Thame (PV-SP), que assuiu a autoria do projeto, disse que, apesar de haver resistência, a expectativa é conseguir todos os nomes nesta semana. O Coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato e um dos principais defensores das medidas, procurador Deltan Dallagnol cobra que o apoio público às investigações sejam revertidos para os projetos em discussão no Congresso. “Apoio irrestrito à Lava-Jato, então, significa apoio irrestrito ao combate à corrupção. Mas esse apoio irrestrito não existirá, na prática, enquanto não aprovarem as reformas que são necessárias para que escândalos como esse de corrupção que nós descobrimos não se repitam. A bola agora está com o Congresso", finalizou Dallagnol. Está na hora da sociedade pressionar, mostrando que hoje a corrupção não é mais tolerada. por Airton Leitão
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