A contratação de duas bandas que fizeram o São João em Amargosa, a 235 km de Salvador, tem gerado desconfiança pela falta de transparência da prefeitura local. Os cachês dos cantores Tayrone e banda 100Parêa, atrações que tocaram na cidade, estão acima aos valores pagos em outros municípios no mesmo período junino. A constatação foi feita pelo Aratu Online ao comparar os Diários Oficiais de cidades distintas. No dia 26 de junho, Tayrone e Banda 100Parêa se apresentaram na praça de Amargosa ao custo de R$ 175 mil, conforme publicado no Diário Oficial da cidade (veja imagem abaixo).
A prefeitura não deixa claro quanto pagou por cada banda separadamente. Em contato com o assessor de imprensa do município, ele justificou as diferenças são por conta de fatores técnicos, a exemplo de: horário de apresentação do artista e maior estrutura disponibilizada nos shows. O fato é que, no mesmo dia 26 de junho que tocou em Amargosa, o cantor Tayrone se apresentou também em Cachoeira a um custo de R$ 110 mil. Os números estão apresentados no Diário Oficial da cidade do recôncavo (veja imagem abaixo). E dois dias antes de tocar em Amargosa, às vésperas do São João, no dia 23 de junho, a banda 100Parêa se apresentou também em Ituberá, no baixo sul do estado.
O valor da contratação foi de R$ 40 mil — também de acordo com o Diário Oficial da cidade (veja abaixo). Desconhecendo as minúcias de cada contrato, mas, a grosso modo somando o valor do show de Tayrone em Cachoeira (R$ 110 mil) e da 100 Parêa em Ituberá (R$ 40 mil) o valor é de R$ 150mil. Ou seja, R$ 25 mil mais barato do que a prefeitura de Amargosa pagou pelas duas bandas conjuntamente.
O empresário da banda da 100 Parêa, Denis Santos, disse ao Aratu Online que cobra, em média, R$ 50 mil pelos seus espetáculos no período junino. Mas, segundo ele, isso “depende do dia e data do show”. O empresário de Tayrone, Luiz Gonzaga, disse que por uma questão de confidencialidade não poderia divulgar os cachês firmados com cada prefeitura. Já Valdélio Oliveira, da V Shows Produções, empresa responsável pelo contrato dos dois artistas com a prefeitura de Amargosa, informou que os valores “são negociáveis” com cada gestão municipal. “Nas primeiras sondagens com Amargosa tentamos o valor de R$ 180 mil. Depois fomos baixando”, diz.
Valdélio disse ainda que, além do dinheiro pago às duas bandas, o valor de alimentação das bandas e transporte, além de sua comissão também estavam embutidos nos R$ 175 mil apresentados no contrato. “Isso não é crime em nenhum lugar, até pelo motivo que ninguém trabalha de graça. Caso os valores fossem R$ 200 ou R$ 300 mil, aí ‘estava na cara’ a fraude”. O empresário disse que as notas fiscais das bandas foram entregues à prefeitura de Amargosa. O Aratu Online tentou, por diversas vezes, falar com a prefeita Karina Silva, sem sucesso. A assessoria de imprensa do município foi questionada se poderia informar separadamente quanto pagou por cada artista (Tayrone e 100 Parêa). A resposta foi que estão “em processamento” destas contas e que publicariam todas as informações no site oficial da cidade — mas não estabeleceram um prazo de quando fariam isso. (Informações Aratu Online)
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