Ao ouvir uma história, as pessoas entram em um novo mundo, mesmo que por pouco tempo. E essa viagem guiada pela linguagem só é possível graças ao trabalho de mais de 100 áreas cerebrais ativadas pelas palavras, mostra estudo publicado na edição desta semana da revista especializada Nature.
Com o auxílio de um aparelho de ressonância magnética, os autores do trabalho observaram como o cérebro humano se comporta diante de uma narrativa, notando que os vocábulos, da mesma forma como têm força e geram emoções diferentes, acionam partes distintas do órgão. Os cientistas destacam também que os achados mudam conceitos anteriores, segundo os quais o lado esquerdo do cérebro seria dominante na função de compreensão semântica — porções dos dois hemisférios são igualmente exigidas pela compreensão da linguagem, mostra o novo estudo.
Esse resultado pode ser explicado pela metodologia empregada. Diferentemente de trabalhos anteriores que também investigaram o tema, os autores decidiram utilizar como objeto de análise relatos completos, e não palavras ou frases isoladas. “Usamos como estímulos a narrativa de histórias porque queríamos mapear toda a gama de conceitos semânticos em um único estudo”, justifica em um comunicado à imprensa Jack Gallant, pesquisador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e principal autor do estudo.
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