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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Brasileiros testam 3 produtos naturais contra o Aedes Aegypti

Por: Só Notícia Boa*Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) trabalham no desenvolvimento de três produtos naturais para combater o mosquito Aedes aegypti:
Um repelente para a pele com cheiro menos intenso e maior tempo de proteção;
Um aerossol capaz de eliminar o mosquito com apenas uma borrifada;
E um larvicida natural que não seja tóxico e nocivo para o meio ambiente.

Segundo professor Francisco de Assis Marques, coordenador das pesquisas, os produtos têm potencial para suprir a demanda mundial.

“No caso dos sprays, os que são usados no Brasil e outros países são a base de piretroides (compostos tóxicos também para o ser humano). Os produtos que obtivemos em laboratório são promissores, fizemos usando produtos naturais, com toxidade menor. O que estamos fazendo agora é aumentar a eficácia desses produtos para que um dia possam ir para o mercado”, afirma.

Também se pretende que os produtos não sejam tóxicos para os animais.

No repelente, à base de citronela, os pesquisadores tentam tirar o cheiro forte da substância. No larvicida, os cientistas trabalham em um produto que não seja tóxico para animais aquáticos e ao meio ambiente.

A tentativa com o aerossol é capacitá-lo em eliminar a praga em apenas uma borrifada. Ainda não há previsão de quando as novidades poderão ser comercializadas.

Segundo o professor, a pesquisa mais avançada até agora é a do inseticida em spray.

“A pesquisa enfrenta um processo longo. As ideias são elaboradas e depois levadas para o laboratório para tentar testar. Via de regra, os produtos ganham uma outra dimensão no decorrer da elaboração. No caso do spray, alguns testes devem ser feitos ao longo desse verão. De fato é o produto mais avançado”, conta.

Financiamento
Apesar da infestação pelo mosquito em diversas partes do Brasil, estudos como os desenvolvidos aqui no Paraná não estão recebendo reforço no financiamento.

“Vivemos em um estágio não contínuo de financiamento e isso é muito ruim. É importante que se perceba que o financiamento de pesquisa seja contínuo. Eu gostaria que não se precisasse de um cenário adverso, em que crianças nascem com um problema sério (microcefalia), para suscitar nas autoridades a necessidade do financiamento. Existe uma demanda social em todas as áreas e a universidade pode contribuir (se tiver financiamento)”, expõe.

Larvicida
Além da Universidade, o setor privado também investe no desenvolvimento de soluções contra a dengue no Paraná. Uma empresa de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, criou e já está comercializando um produto que mata as larvas do mosquito, impedindo que ele se desenvolva.

O larvicida Straik está à venda nos supermercados ou pela internet. Dos 399 municípios do Paraná, quase trezentos têm a presença do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e a febre zika.

As pesquisas ocorrem há mais de um ano no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para controle de pragas agrícolas, florestais e urbanas.

Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Instituto agrega pesquisadores de seis instituições: UFPR, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com informações do ParanáPortal

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