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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Prisão de senador complica a vida de Dilma, PT e Cunha


Wellington Ramalhoso*Do UOL, em São Paulo*Pedro Ladeira/Folhapress
Para analistas políticos, prisão de Delcídio complica as situações de Cunha e Dilma

A prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), líder do governo no Senado, complica a vida da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores e pode agravar a situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Analistas políticos ouvidos pelo UOL comentaram os riscos que ameaçam os possíveis afetados.

Para Roberto Romano, professor de ética e política da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a prisão do senador colocou a operação Lava Jato dentro do Palácio do Planalto. "Foi um golpe dos mais duros que o Planalto já recebeu nesse processo. A presidente terá de dar explicações mais sérias e ponderadas do que fez até agora".

Na opinião de David Fleischer, professor do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília, e de Rui Tavares Maluf, professor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, cresce a chance de um processo de impeachment avançar no Congresso.

Delcídio Amaral foi preso acusado de tentar atrapalhar as investigações da operação Lava Jato. Em gravação obtida pelos investigadores, ele propõe ajuda financeira e um plano de fuga do país ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que este não fechasse um acordo de delação premiada. O acordo, no entanto, foi fechado.

"Elo procurado"
Nestor Cerveró esteve envolvido na compra, em 2006, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que deu um prejuízo de US$ 792 milhões à estatal, e é réu por corrupção na petrolífera. Na ocasião do negócio, Dilma era ministra de Minas e Energia e presidia o Conselho Administrativo da empresa.

Para Fleischer, a compra da refinaria de Pasadena passará a ser o foco da operação Lava Jato, e a delação de Cerveró poderá trazer elementos que relacionem Dilma a malfeitos. "Estão procurando um fato novo contundente para servir de crime de responsabilidade [para aprovar o impeachment de Dilma]. Pasadena pode ser o elo procurado", afirma o professor, um dos autores do livro "De Facção a Partido: A Fundação e Evolução do PSDB, 1987-1998", editado pelo Instituto Teotônio Vilela, vinculado ao PSDB. "Fica difícil enxergar o futuro desse governo", diz Tavares Maluf.

O cientista político Cláudio Couto, professor de gestão pública da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas de São Paulo), discorda dos colegas. Para ele, as prisões recentes são relevantes, chamam a atenção e servem de munição contra o governo, mas não devem agravar a situação do administração Dilma Rousseff. "O que é mais uma flecha para São Sebastião? Para um governo já tão fragilizado, não é essa flecha que vai complicar mais. É um desgaste a mais. Enquanto não se apresenta uma prova categórica não muda a situação da presidente da República".
"Prego no caixão" de partidos
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