O serial killer confesso Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 27 anos, enviou uma carta à Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH) no dia 7 de março de 2013 informando que já havia matado 11 pessoas esfaqueadas em Goiânia e que estava “evoluindo muito bem”. “Quem vos fala é um cidadão cujo único objetivo é matar. Serei direto: sou um assassino em série ou se preferir (sic) podem me chamar de serial killer”, escreveu. Foto: Wildes Barbosa - Fonte: O Popular
A carta foi digitada em um computador, impressa e colocada em um envelope sem remetente. Na folha com a confissão foi grafada a data de 21 de maio de 2012, mas não é possível afirmar quando ela foi escrita. A carta foi postada dez meses depois, conforme consta no carimbo dos Correios. Pelo menos 28 pessoas podem ter sido mortas por Thiago Henrique depois disso, segundo seu próprio depoimento.
Da lista de 39 crimes confessados pelo serial killer, apenas o porteiro Aleandro Santos Miranda, de 35 anos, foi morto a facadas em novembro de 2011. Antes dele um adolescente havia sido morto por estrangulamento. As demais vítimas conhecidas foram mortas a tiros, depois que uma arma foi furtada por ele na empresa de segurança em que trabalhava, em setembro de 2012.
O documento - revelado com exclusividade pelo POPULAR - está anexado no processo sobre o assassinato da funcionária de um supermercado Rosirene Gualberto da Silva, de 29 anos, ocorrido na noite de 19 de julho de 2014, no Setor dos Funcionários, em Goiânia. Ela é uma das vítimas de Tiago Henrique e foi morta com um tiro no pescoço quando chegava com a irmã a uma boate no local.
A carta - a qual ele assina como Facada - foi anexada ao caso de Rosirene por ter sido o primeiro em que Tiago Henrique foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Ele responde nesse processo por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.
Na folha em que imprimiu o recado aos policiais, Tiago Henrique deixou dois fragmentos de impressões digitais encontrados pela perícia da Polícia Técnico-Científica. Na época não houve comparação com digitais de suspeitos e a carta foi devolvida à DIH junto com o envelope e o laudo. Sem uma conclusão, acabou arquivada no cofre da delegacia.
Diligência
O delegado Murilo Polati, que havia assumido como titular da DIH em setembro de 2012, disse que duas cartas idênticas e anônimas chegaram à delegacia em março de 2013. “Uma o pessoal do plantão abriu. A outra foi encaminhada ao Instituto de Criminalística (IC) fechada para ser imediatamente periciada.”
Uma diligência chegou a ser feita, segundo o delegado, na agência dos Correios do Conjunto Vera Cruz, mas a câmera de segurança estava estragada e não havia nenhuma imagem de quem postou as duas cartas. Ambas as cartas eram endereçadas à DIH. Um funcionário dos Correios chegou a dizer que quem postou as cartas era um rapaz estranho, sem dar maiores detalhes da pessoa. A agência fica a cerca de 900 metros da casa em que Tiago Henrique morava.
Somente com a transferência da DIH para assumir como titular a Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores no início do ano, Polati fez uma espécie de inventário e a carta foi encontrada. “Resolvi enviá-la para nova perícia e desta vez o resultado deu positivo. Quem a escreveu foi Tiago Henrique. É triste para as famílias das vítimas, mas só agora temos a tecnologia auxiliando as investigações”, disse. Foto: Wildes Barbosa - Fonte: O Popular
Nenhum comentário:
Postar um comentário