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sexta-feira, 20 de março de 2015

Casal homoafetivo pode adotar filho, decide STF

Foto: reprodução/Facebook
A mais alta corte da justiça brasileira põe uma pedra sobre a discussão da adoção por casais homossexuais. Com informações da AgênciaBrasil e BrasilPost

A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a adoção de criança por um casal homoafetivo. 
Ela negou um recurso do Ministério Público do Paraná que era contrário a adoção de um menino, em 2005, pelo o professor Toni Reis e o marido, David Harrad. (foto ao lado)
Na decisão, a ministra argumentou que o conceito de família não pode ser restrito por se tratar de casais homoafetivos.
No entendimento de Carmen Lúcia, o conceito de família, com regras de visibilidade, continuidade e durabilidade, também pode ser aplicado a pessoas do mesmo sexo.

"O conceito contrário implicaria forçar o nosso Magno Texto a incorrer, ele mesmo, em discurso indisfarçavelmente preconceituoso ou homofóbico”, justificou a ministra na decisão. 

Segundo ela, “a isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família”.

União estável
A decisão de Cármen Lúcia foi baseada na decisão do plenário do Supremo que reconheceu em 2011, por unanimidade, a união estável para parceiros do mesmo sexo. 

Na ocasião, o ministro aposentado Ayres Britto, então relator da ação, entendeu que “a Constituição Federal não faz a menor diferenciação entre a família formalmente constituída e aquela existente ao rés dos fatos. 

Como também não distingue entre a família que se forma por sujeitos heteroafetivos e a que se constitui por pessoas de inclinação homoafetiva".

A decisão, publicada na última terça-feira, dia 17, foi assinada no dia 5 de março.

Comemoração
Toni Reis, um dos pais, comemorou a decisão, em entrevista ao BrasilPost:

"Foram dez anos de luta, honorários, dor de cabeça; quase uma novela anglo-mexicana. Nós decidimos adotar em 2000. Cinco anos depois, entramos com papelada para adotar. O juiz do Paraná autorizou, mas impôs que tinha de ser menina e de 12 anos. Nós recorremos ao TJPR (Tribunal de Justiça do Paraná), que disse que podíamos adotar qualquer um. Mas o Ministério Público foi contra. Uma procuradora disse: 'vocês não são família'. E recorreu ao STJ e depois ao STF. Agora veio a maior instância do Judiciário a nosso favor".

Alysson é o menino cuja adoção foi questionada. Hoje, com 14 anos, ele é o primogênito de Toni e David. Jéssica, de 11, e Felipe, de 9, completam a família.

A decisão do STF foi formalizada poucos dias antes da comemoração de 25 anos da união de Toni e David.

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