Roger Abdelmassih foi preso no Paraguai. Ele estava foragido desde 2011 Foto: Fernando Donasci / 20.08.2014
Roger Abdelmassih, em agosto, no Paraguai, teve como ponto de partida escutas telefônicas gravadas quando ele estava foragido. Em gravações, cujos trechos foram publicados pela revista “Veja”, o ex-médico — que foi condenado por 52 estupros e quatro tentativas contra 39 mulheres, em sua clínica de reprodução assistida em São Paulo — conversou com seu psiquiatra e fez referência a si mesmo como “o grande comedor”. Ele admitiu, pela primeira vez, que teve relações sexuais com várias pacientes. O ex-médico, porém, negou que houvesse estupro. Neste domingo (dia 12), o “Fantástico”, da Rede Globo, também mostrou trechos inéditos de conversas secretas. Numa delas, ele ofende as vítimas: “São doentes mentais. Loucas mesmo”.
Segundo a reportagem da “Veja”, tudo começou quando a Polícia Civil encontrou números de telefone numa fazenda da família do ex-médico. As informações foram passadas ao Ministério Público. Um agente do MP teria gravado os números num celular e acessado o Whatsapp (aplicativo de troca de mensagens entre smartphones). Ao fazer essa operação, a foto de Larissa Sacco, a mulher de Abdelmassih, teria aparecido entre os contatos. A Promotoria, então, passou a grampear todos os números encontrados.
Nas escutas reveladas pelo “Fantástico”, ele debocha da recompensa oferecida a quem ajudasse a localizá-lo: “Deram dez mil. Eu estou valendo tão pouco. Pensei que fosse por 50”. Abdelmassih foi condenado a 278 anos de detenção e está preso na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo.
Trechos das conversas
"Deus quis quebrar o prepotente etc, o grande metido a isso, a aquilo, o comedor! Que passava mulher para trás constantemente. O grande comedor, que provavelmente achava que tava tudo disponível. A mulher jogava o milho, eu ia comer e aí eu levei o ferro. Você sabe que mulher é um bicho desgraçado mesmo".
"Essas vagabundas apareceram na televisão dizendo que eu fazia isso, fazia aquilo. Nunca fiz".
"Eu sei o quanto eu vou ter que enfrentar aí... Até Jesus Cristo foi crucificado e era Deus! Então, o que a gente vai fazer? Eu tenho que tocar a minha vida pensando nessas três pessoas".
“O Juca, que é um dos advogados, um dia falou para mim: 'A liberdade você vai ter. Mas você não volta ao Brasil, porque não vai ser bom pra você. Mais uma estupidez desse tipo. Porque advogado também é tudo uma raça só".
"Não tem mais solução? Pronto, acabou. Obviamente, se isso acontecer, por favor, o senhor diga que a minha intenção era essa, para amanhã não dizerem que foi a minha mulher que me deu um tiro. Se acontecer uma detecção da situação, não tem saída. Aí, tchau. E eu estou convicto disso". http://extra.globo.com
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