Uma nova guerra começa hoje. A propaganda eleitoral na TV será retomada e seguirá até o dia 24. Quarenta minutos diários de embate serão divididos entre os presidenciáveis em dois blocos: das 13h às 13h20 e das 20h30 às 20h50.
O primeiro programa deste segundo turno irá ao ar à noite. Dilma Rousseff (PT) surgirá primeiro na tela por ter sido campeã de votos no dia 5. Em seguida entra Aécio Neves (PSDB). A partir de amanhã haverá alternância.
Muitos jornalistas de política preveem artilharia pesada entre a petista e o tucano. Nas redes sociais os ataques entre eles começaram logo após o resultado das urnas.
Na TV a estratégia será basicamente a da comparação de estatísticas sobre economia, geração de empregos e outras áreas relevantes. Dilma vai contrapor os números dos 8 anos do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) aos 12 anos de gestão do PT.
Aécio deverá ressaltar dados positivos da era FHC e mostrar que Dilma, em alguns segmentos, não manteve os gráficos de crescimento herdados de Lula. O senador mineiro insistirá que representa a ‘mudança segura’ e o voto antipetista. As denúncias de irregularidades e os escândalos políticos também estarão em pauta. O cardápio será o mesmo: privatizações, mensalão, mensalão mineiro, Petrobras.
Caso o confronto entre Dilma e Aécio fique na seara das planilhas e do denuncismo será benéfico ao telespectador. O temor geral é de que os marqueteiros apelem para a vida pessoal dos candidatos, na tentativa de desonrar o concorrente e escandalizar o eleitor.
O brasileiro costuma ter memória curta, mas a maioria das pessoas se lembra do episódio lamentável ocorrido em 1989, quando a propaganda de Fernando Collor de Mello acusou Lula de pressionar uma ex-companheira a abortar. Aquela foi um das piores baixarias já vistas na política nacional.
A erupção de boatos desta eleição tenta desqualificar Dilma e Aécio abordando temas como orientação sexual, dependência química e violência doméstica. É quase impossível a intimidade de um presidenciável sair incólume de uma disputa de votos. Porém nada justifica fazer apelações deste tipo.
Os brasileiros merecem assistir ao debate construtivo sobre propostas concretas para melhorar o país. Uma campanha limpa vai fazer bem à democracia. Fonte: Terra
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