Do R7 - Jandira morreu em uma clínica de aborto, no 4º mês de gestaçãoArquivo Pessoal
A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 1 milhão de grávidas interrompam a gestação por ano em clínicas de aborto clandestinas no Brasil. Os procedimentos, muitas vezes realizados com falta de equipamentos e condições básicas de atendimento, provocam a morte de uma mulher a cada dois dias. Neste mês, o caso da jovem Jandira Magdalena ganhou repercussão no Rio de Janeiro e atraiu até a atenção da imprensa internacional.
No último domingo (29), uma equipe de jornalistas da BBC, de Londres, acompanhou o enterro de Jandira para produzir uma reportagem sobre como as brasileiras se arriscam ao procurar clínicas clandestinas. Na Inglaterra, o aborto é legalizado desde a década de 60. As gestantes lá podem interromper a gravidez por razões sociais, médicas ou econômicas.
No caso de Jandira, a jovem foi conduzida por um grupo clandestino de abortos em 26 de agosto até uma casa em Campo Grande, na zona oeste do Rio. Por celular, enquanto estava no carro da quadrilha, ela enviou a última mensagem ao ex-namorado dizendo que estava com medo. Em seguida, foi orientada a desligar o aparelho. O corpo dela foi encontrado no dia seguinte, mutilado e carbonizado dentro de um carro em Guaratiba, também na zona oeste.
A polícia prendeu quatro integrantes da quadrilha. A suspeita é de que Jandira tenha morrido durante o aborto. Imagens de câmeras de segurança mostram o carro dos suspeitos deixando a clínica, antes de ser incendiado com o corpo da jovem dentro. Os dentes dela foram retirados, para dificultar a identificação. Ainda assim, um exame de DNA comprovou que se tratava de Jandira, que só pôde ser enterrada após o resultado do laudo, um mês depois.
Agora, a polícia procura o quinto suspeito de integrar a quadrilha, o falso médico Carlos Augusto Graça de Oliveira. O Disque-Denúncia oferece R$ 1.000 de recompensa por pistas que levem à prisão dele.
Também no Estado do Rio de Janeiro, outro caso semelhante chamou a atenção neste mês. A dona de casa Elisângela Barbosa morreu ao tentar interromper uma gestação de cinco meses. O corpo da mulher, que tinha três filhos, foi abandonado perto de uma comunidade em Niterói, na região metropolitana. A polícia prendeu na noite de segunda-feira (29) dois integrantes da quadrilha de aborto que seria responsável pela morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário