Pacientes com doenças graves nos olhos, que receberam transplante de células-tronco embrionárias, conseguiram recuperar parte da visão de pacientes participantes de uma pesquisa clínica.
Eles toleraram bem o tratamento e não apresentaram efeitos colaterais graves.
É o que mostra um estudo publicado esta semana na revista médica The Lancet.
A maioria dos participantes relatou melhoras na visão.
A pesquisa
Esses resultados fazem parte da segunda etapa da pesquisa.
A primeira foi realizada para averiguar se o tratamento pode provocar efeitos adversos graves, como tumores.
A nova fase foi conduzida para verificar se a técnica é segura a longo prazo e se o sistema imunológico do paciente rejeitaria o transplante, algo que preocupava os pesquisadores.
“As células-tronco embrionárias têm o potencial de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, mas o transplante delas era complicado pelo risco de problemas como rejeição do sistema imunológico”, diz o coordenador do estudo, Robert Lanza, cientista chefe da empresa de biotecnologia Advanced Cell Technology, nos Estados Unidos, que financiou o estudo.
Transplante
A pesquisa foi feita com 18 adultos americanos que tinham dois tipos de degeneração macular – a degeneração relacionada à idade e a distrofia macular Stargardt, principais causas de perda de visão entre idosos e adolescentes, respectivamente.
Não há tratamentos eficazes para essas doenças atualmente.
Melhora na visão
Os pacientes receberam, no olho mais afetado pela doença, injeções contendo entre 50 000 e 150 000 células de pigmento do epitélio retinal (RPE) derivadas de células-tronco embrionárias para substituir as células danificadas.
Embora essa etapa da pesquisa não tenha sido feita para avaliar a eficácia da técnica, os pesquisadores observaram que a visão de 10 entre os 18 pacientes melhorou após o transplante.
“Essas pessoas relataram melhora significativa na visão geral e periférica, assim como na capacidade de enxergar objetos de perto e de longe”, diz Robert Lanza.
“O nosso estudo sugere que a técnica é segura e potencialmente eficaz em alterar a perda de visão progressiva em pessoas com doenças degenerativas dos olhos. Além disso, a pesquisa dá um passo importante em direção ao uso do tratamento em diversas doenças cujo tratamento requer reparação ou substituição de células”, disse, ao jornal britânico The Guardian, Steven Schwartz, pesquisador do Instituto dos Olhos Jules Stein, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, e um dos autores do estudo.
Para que a eficácia do tratamento seja comprovada, os cientistas precisam realizar uma pesquisa de maior escala.
A equipe planeja envolver no próximo estudo mais de 100 pessoas, com cada uma dessas duas doenças. Com informações da Veja
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