CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Um destacado cardeal do Vaticano disse nesta quinta-feira que a Igreja Católica jamais irá abençoar o casamento gay, envolvendo-se na polêmica que cerca o assunto na Itália e em outros países.
Na terça-feira, o ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, ordenou aos prefeitos que parem de reconhecer a validade dos casamentos gays realizados fora do país, o que levou a protestos de grupos de direitos humanos e autoridades locais.
“Temos que ser honestos”, afirmou o cardeal Francesco Coccopalmerio, especialista mais graduado do Vaticano na lei canônica, quando indagado se vislumbra a Igreja concedendo “algum tipo de bênção” aos casais homossexuais algum dia.
“Para nós, e não somente para nós mas para a cultura humana em geral, o casamento é entre um homem e uma mulher”, declarou ele por ocasião de um informe sobre o sínodo dos 200 bispos católicos convocados a Roma pelo papa Francisco para discutir temas relacionados à família.
Ele disse que a Igreja não julga os casais homossexuais, vendo-os como pessoas de boa fé.
“Mas abençoar este tipo de união... dizer que elas são como casamentos (heterossexuais), nunca. Isso se dá simplesmente por razões de lógica e identidade. Abençoá-los não é parte da maneira como vemos a doutrina cristã”, disse.
Francisco declarou que a Igreja deve ter mais compaixão com os homossexuais, dizendo no ano passado: “Se uma pessoa é gay e busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar”.
Mas ele também reafirmou o ensinamento da Igreja de que, embora os gays devam ser tratados com respeito e as tendências homossexuais não sejam pecado, os atos homossexuais são. Os participantes do sínodo têm dito que a Igreja deveria amenizar seu tom condenatório quando se refere a casais gays. (Por Philip Pullella)
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