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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Torcida desconfiada, uma rotina brasileira

A história das Copas do Mundo mostra que o Brasil, embora seja o país do futebol, nem sempre embarcou com a total confiança da torcida. Certeza de taça, antes mesmo da estreia, o povo só teve quatro vezes. E destas quatro certezas, só uma se confirmou: 1962, no Chile.

A desconfiança costuma ser a regra. Das cinco Copas que ganhou, apenas na de 1962 a Seleção Brasileira teve o prévio aval da torcida.

Quando nos considerávamos favoritos

1950: vice-campeão. - A Copa em casa com a Seleção que ganhou o título sul-americano no ano anterior. Na manhã da partida final, um jornal carioca estampou a manchete: “Eis os campeões do mundo”. O capitão uruguaio Obdulio Varela comprou vários exemplares e usou-os como piso nos banheiros da concentração. O Uruguai entrou mordido em campo e foi bi no silêncio no Maracanã: 2 a 1.

1962: campeão. - Com a base campeã em 1958, conseguiu o bi mesmo com Pelé machucado logo no segundo jogo, quando fez um gols contra o México: 2 a 0 (o outro gol foi de Zagallo).

1982: 5º lugar. - Um espetáculo de Zico, Falcão, Sócrates, Junior e Éder sob as ordens de Telê Santana. Mas havia Paolo Rossi no meio do caminho (Itália 3 x 2). Rossi fez três gols e só não pediu música no Fantásticoporque o jogo aconteceu em uma segunda-feira (e nem havia este quadro no Fantástico).

2006: 5º lugar. - Alguém viu o quadrado mágico de Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Robinho e Adriano, o Imperador? A França, de Zidane, não viu.

Ganhamos, mas antes não acreditávamos

1958 - Pelé era um menino de 17 anos. E o Brasil não era uma potência do futebol.

1970 - Antes da viagem para o México, um empate com a Bulgária, no Morumbi: 0 a 0. Pelé só entrou no segundo tempo, substituindo Tostão. Mal passava de um mês a conturbada saída do técnico João Saldanha, após o empate no jogo-treino com o Bangu (1 a 1), e a entrada de Zagallo.

1994 - Dunga, o capitão, ainda era tratado como um botinudo por causa do fiasco da Copa de 1990, na Itália, quando o Brasil foi eliminado pela Argentina nas oitavas-de-final, e ficou em 9° lugar. A Seleção só se classificou no último jogo das eliminatórias, quando Romário fez os dois gols contra o Uruguai, no Maracanã.

2002 - Luiz Felipe Scolari acreditou no médico José Luiz Runco, que garantiu que Ronaldo estaria inteiro na Copa do Mundo. Para a torcida e boa parte da imprensa, Ronaldo era um bichado, um ex-jogador. A Seleção começou as eliminatórias com Vanderlei Luxemburgo e passou por Emerson Leão antes de chegar a família Scolari.

Na Copa, Ronaldo fez gol em todos os jogos. De brinde, os dois da final com a Alemanha. 

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Vaias como as que a Seleção Brasileira recebeu no amistoso com a Servia (1 a 0), sexta-feira no Morumbi, são mais comuns nos cardápios que antecedem as Copas. O que não pode entrar no cardápio é o oba-oba. Esta parte que fique com a torcida e que não entre na Granja Comary. http://globoesporte.globo.com

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