A análise a seguir é do sociólogo e professor universitário Alberto Carlos Almeida. O material foi publicado na quinta, portanto foi escrito na quarta, quando ainda não se conheciam os números do Ibope (leia nota abaixo).
Na última coluna chamei a atenção para o fato de que, considerando-se as eleições para governador nas quais havia um candidato à reeleição, a atual avaliação do governo Dilma colocava a candidata no limbo:caso a avaliação melhore um pouco, Dilma se torna favorita; caso piore um pouco, a oposição é que se torna favorita. Limbo significa beira. A avaliação do governo Dilma a deixa próxima de duas beiras: a beira do céu, que é a vitória em outubro, e a beira do inferno, que significa derrota.
. Há uma incerteza razoável quanto ao desempenho da economia até as eleições. Ainda que muita gente dedique grande atenção aos possíveis efeitos do noticiário sobre a popularidade do governo, o fator que isoladamente tem maior impacto sobre a disposição do eleitorado em votar (ou não) no governo é o desempenho da economia, mais especificamente a trajetória do poder de compra do eleitorado. O aumento do poder de compra resulta em melhora da aprovação do governo e crescimento da intenção de voto em Dilma.
. A eventual redução do poder de compra tem impacto negativo tanto na avaliação quanto no voto no governo. A trajetória de queda de ambas as variáveis de janeiro para cá tem a ver com isso. Não há crise, porém o ritmo de melhora do poder de compra diminuiu, a inflação de alimentos ressurgiu e há uma percepção difusa entre segmentos do eleitorado de que a vida ficou mais difícil.
. A grande incógnita diz respeito ao desempenho da economia e seu impacto no poder de compra, às vésperas da eleição. É ruim para o governo que a inflação de alimentos cresça no primeiro semestre; todavia, será pior se isso ocorrer em agosto ou setembro. O aumento da inflação, sem que haja a eventual proteção de um aumento da renda real, reduz o poder de compra. Um fator de risco para qualquer governo na América Latina, e isso está provado por estudos acadêmicos, é a evolução da taxa de juros americana e dos preços das commodities. Juros em alta e commodities em queda podem vir a ter impacto sobre a taxa de câmbio e, consequentemente, sobre a inflação doméstica. CLIQUE AQUI para ler tudo.
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