Mortes por complicações relacionadas à obesidade triplicaram em dez anos, segundo aponta levantamento feito pelo Estadão Dados. No ano de 2001, 808 óbitos foram registrados, cerca de um terço dos 2.390 casos que aconteceram em 2011 -- último ano com dados disponíveis. Além disso, a taxa de mortos por 1 milhão de habitantes dobrou: no mesmo período, a relação foi de 5,4 para 11,9, segundo dados do Ministério da Saúde (MS).
O excesso de peso, de acordo com especialistas, é fator de risco para diversos tipos de doenças, como câncer e diabete, deixando o número de vítimas indiretas da obesidade ainda maior. "As causas mais comuns de morte relacionadas à obesidade são as doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Sabemos, porém, que ela também está relacionada a muitos outros problemas, como apneia do sono, insuficiência renal e vários tipos de câncer", disse o endocrinologista Mario Carra, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
Para o Ministério da Saúde, os dados são reflexo da "epidemia de obesidade" que o Brasil vive. "Outros países viveram isso primeiro, com alto consumo de alimentos industrializados e sedentarismo. O Brasil, ainda que mais tarde, está vivendo agora", afirmou o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Magalhães. Os especialistas acreditam que não é só a mudança de hábitos dos brasileiros que faz a mortalidade por obesidade aumentar. Segundo Marcio Mancini, chefe do grupo de obesidade e síndrome metabólica do Hospital das Clínicas de São Paulo, políticas públicas de prevenção e tratamento precisam ser aprimoradas. "Não se faz prevenção em unidades básicas de saúde. Há o tratamento para diabetes, colesterol, hipertensão, mas pouco se faz para barrar o ganho de peso. Essa mesma preocupação deveria existir", defendeu ele.
De acordo com o especialista, quanto mais cedo se instala a obesidade, mais cedo a pessoa pode morrer. "Se uma pessoa já tem obesidade mórbida com 20 anos e permanece assim, a doença vai encurtar a vida desse paciente em 12 anos", disse ele. http://www.metro1.com.br/
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