REDAÇÃO ÉPOCA
O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou nesta sexta-feira (4) uma nota corrigindo dados de uma pesquisa a respeito da violência contra a mulher. Originalmente, a pesquisa dizia que 65% dos entrevistados pelo Instituto concordaram com a afirmação “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Na verdade, 26% dos entrevistados concordaram com a afirmação.
O erro, segundo a nota do Ipea, foi resultado de uma troca de gráficos. Os números referentes a essa afirmação foram trocados pelos que diziam respeito à afirmação “Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar”. Originalmente, os números divulgados para essa afirmação diziam que 26% dos entrevistados concordaram ela. Com a correção, o número saltou para 65%.
Houve erros ainda em outras duas questões: com a frase “O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros”, 78,7% concordam total ou parcialmente, e não 81,9%. Já 81,9% concordaram total ou parcialmente com a afirmação “em briga de marido ou mulher não se mete a colher”, e não 78,7%. Como no caso das perguntas anteriores, os resultados dessas também foram invertidos por engano.
Segundo o Instituto, logo que o erro foi constatado, o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea pediu exoneração.
Apesar das inversões dessas quatro questões, o Ipea sustenta que o restante dos resultados permanece correto. Inclusive aquele segundo o qual 58,5% dos brasileiros acham que, se as mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros.
Divulgados no dia 27 de março, os resultados do Sistema de Indicadores de Percepção Social pretendiam mostrar a opinião do brasileiro a respeito da violência contra a mulher. Foram consultadas pessoas em 3.809 domicílio brasileiros. 66% dos entrevistados eram mulheres. Os números causaram preocupação e provocaram mobilizações nas redes sociais, que receceberam o apoio da presidente Dilma Roussef, entre outros.
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