Gustavo Maia/Do UOL, no Rio de Janeiro/Vínícius Cremonez/São Fidélis Notícias
Quarto onde os quatro trabalhadores em condição análoga à de escravidão libertos neste sábado (26) eram mantidos presos antes e depois da jornada de mais de 12 horas de trabalho
A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu três homens em uma fazenda do município de São Fidélis, no norte do Rio de Janeiro, acusados de manter quatro trabalhando em situação análoga à de escravidão e confinados dentro de um quarto por mais de dez anos.
O trio foi preso em flagrante na tarde deste sábado (26) por "redução a condição humana análoga à de escravo" depois que uma das vítimas conseguiu fugir do local e procurou a delegacia da cidade, na noite anterior.
Os outros três homens foram libertados logo após a prisão dos homens. Segundo a polícia, as vítimas viviam em "situação sub-humana". As informações foram divulgadas na noite deste domingo pela Polícia Civil.
Ainda de acordo com a polícia, o proprietário da fazenda onde as vítimas viviam, Paulo César Azevedo Girão, de 59 anos, seu filho, Marcelo Conceição Azevedo Girão, 33, e o caseiro, Roberto Melo de Araújo, 38, foram presos em operação realizada por policiais da 141ª DP (São Fidélis) e da 134ª DP (Campos dos Goytacazes), na localidade de Angelim, em São Fidélis.
Segundo a polícia, a vítima que conseguiu fugir do local procurou a delegacia e contou, em depoimento, que as vítimas eram levadas a um lugar às 4h e trabalhavam até às 17h, quando retornavam e ficavam trancadas em um quarto.
Os quatro homens não possuíam carteira assinada e não recebiam dinheiro pelo trabalho. Ainda de acordo com a Polícia Civil, as vítimas recebiam uma ou duas refeições por dia.
A polícia informou realizou perícia no local e encaminhou as vítimas para exame de corpo de delito.
De acordo com o site "São Fidélis Notícias", no imóvel que serviu como cativeiro para as vítimas, havia duas camas e um colchonete, além de um armário, um banheiro e uma pia com uma grelha de churrasqueira em cima.
Conforme informou o site, as vítimas são Roberto de Oliveira, 36, Davi Pereira Ferreira, 38, ambos de São Fidélis, Cirlei Rodrigues Moreira, 36, de Itaperuna, e Romério Mota Rosa, 26, de Campos dos Goytacazes, todos do Estado do Rio.
Desde as 22h30 deste domingo, a reportagem do UOL tenta, sem sucesso, entrar em contato com o delegado responsável pelas investigações para obter mais informações sobre o caso.
O município de São Fidélis tem, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cerca de 37,5 mil habitantes.
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