A violência sexual contra as mulheres continua a ser um flagelo no Egito. Um relatório de ONGs atuantes no país divulgado denuncia o abuso de centenas de mulheres em manifestações desde 2011. Em todos os casos, os abusadores não foram condenados. Para as organizações, os ataques contra mulheres continua porque sucessivos governos egípcios não se empenham no combate à violência.
Muitos ataques, segundo a informação dos relatórios, aconteceram nas manifestações que marcaram a revolta popular que derrubou o ex-presidente Hosni Mubarak, e depois, a presidência do islamita Mohamed Mursi.
Entre novembro de 2012 e janeiro de 2014, foram relatados 250 casos foram relatados, em sua maioria, nas proximidades da Praça Tahrir, no Cairo. As sobreviventes e testemunhas relataram o mesmo tipo de abordagem: dezenas de homens cercam as vítimas, rasgam suas roupas e apalpam seus corpos.
Algumas mulheres são estupradas por vários agressores, muitas vezes armados com paus, pás e outras armas. Elas vivem momentos terríveis de humilhação pública e sofrem penetração dos dedos dos agressores. "No entanto, até março de 2014, nenhum criminoso foi levado perante a justiça", diz a Federação Internacional para os Direitos Humanos.
Noura Abdul Aziz, uma menina de 11 anos, chorou muito depois de contar o que viveu na Praça Tahrir. Ela foi assediada por um grupo de homens. Na foto, Noura é consolada por uma ativista do direito das mulheres. Em 2012, a jornalista britânica Natasha Smith (foto) publicou em seu blog pessoal relatos sobre a violência que sofreu no Egito.
Ao se aproximar de uma multidão nos protestos, Natasha foi separada de seus amigos e violentada por dezenas de homens. Fui arrastada pelo chão sujo. Eles puxavam meus cabelos. Eu esperava morrer antes de ser estuprada.
Depois de ser retirada do local, Natasha ainda teve dificuldades de receber atendimento médico. Voltou para o local onde se hospedava e esperou o susto passar. Só no dia seguinte conseguiu que uma mulher a examinasse. Ela descreve que o toque de alguém depois de tudo o que aconteceu foi aterrorizante. Fonte: Com informações do R7
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