A situação da liberdade de expressão no Brasil “agravou-se dramaticamente durante 2013 e nos primeiros meses de 2014″. A denúncia abre o relatório “Liberdade de Imprensa no Brasil – Outubro de 2013 a Março de 2014″ apresentado ontem na Reunião de Meio de Ano da Sociedade Interamericana de Imprensa, que se realiza em Bridgetown, capital de Barbados, no Caribe. O texto, um detalhado levantamento de 14 páginas lido pelo jornalista Carlos Müller – representava a Associação Nacional de Jornais (ANJ) – informa que nos últimos seis meses foram registradas no País quatro mortes, 66 agressões, dois casos de censura judicial, seis ameaças, um atentado, uma prisão e três casos de intimidação. “Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e outros profissionais continuam a ser o fato mais grave” na imprensa do País, adverte o documento. O balanço desconsidera outros sete casos fatais que, investigados, não apontaram relação entre as mortes e o exercício do jornalismo. A situação do Brasil foi apresentada no final da tarde, depois de relatórios dramáticos sobre Equador, Argentina e Venezuela. No total, cerca de 30 levantamentos foram apresentados por delegados de todo o continente. Hoje o programa inclui debates sobre concentração dos meios de comunicação, proteção da informação na era do Google e uma homenagem aos 20 anos da Declaração de Chapultepec. O documento do Brasil considera “motivo de alarme” a persistência dos casos de censura judicial, “posto que praticada por magistrados”. O texto afirma que é “digno de nota que a censura aplicada ao jornal O Estado de S. Paulo, em 31 de julho de 2009, ainda não tenha sido objeto de decisão final”. No entanto, avalia como positivo que as sentenças “sigam sendo revistas pelas instâncias superiores do Judiciário”. Gabriel Manzano, Agência Estado
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