Políticos que visitaram os condenados no processo do mensalão não foram registrados pelo Sistema Penitenciário do Distrito Federal em relatórios enviados a Justiça, de acordo com a Folha de S. Paulo. Nos últimos meses, diversos parlamentares admitiram a presença no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Além disso, durante as semanas após as prisões, caravanas de deputados e petistas entraram e saíram do local em horários diferentes dos determinados para visitação. Ainda assim, alguns dos presos, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, tiveram visitas registradas apenas em dezembro – eles estão presos desde 15 de novembro. As informações estão em um relatório solicitado pelo juiz da Vara de Execuções Penais, Bruno Ribeiro, responsável pelo caso. Ele havia determinado há mais de duas semanas que a Secretaria de Segurança Pública do DF enviasse, em até 48 horas, um relatório de todas as pessoas que visitaram os presos do mensalão, "especificando dia, hora e o respectivo registro administrativo" não importando se são autoridades públicas ou políticas. No entanto, o relatório, enviado em 7 de março, apresenta apenas os nomes de familiares e amigos que foram à Papuda. O juiz também havia determinado que a Secretaria de Segurança do DF explicasse se houve a edição de um ato normativo que regulamentasse a visitação especial, o que seria uma "afronta" às determinações judiciais. Em resposta, a secretaria confirmou que as regras foram alteradas em janeiro para garantir o acesso de visitantes a "presos vulneráveis". A iniciativa teria partido de um caso que não está vinculado aos presos do mensalão: um pai que queria visitar o filho mas, por ter sido agente penitenciário, pedia para encontrá-lo em local afastado dos demais detentos.BN
Nenhum comentário:
Postar um comentário