AFP - Agence France-Presse
O banco japonês Shinsei admitiu que concedeu empréstimos a membros da máfia nipônica, poucas semanas depois do concorrente Mizuho ter feito o mesmo. A admissão veio poucos dias depois de uma operação da Agência de Serviços Financeiros (ASF) do país.
O Shinsei Bank anunciou que uma de suas filiais, o Shinsei Trust Bank, concedeu empréstimos a “forças antissociais”, termo utilizado no Japão para designar as organizações criminosas. “Nossos controles dos empréstimos concedidos não foram rigorosos”, admitiu o presidente do banco, Shigeki Toma.
O Shinsei Bank também abriu contas para alguns criminosos, conhecidos como ‘yakuzas’ no Japão. O escândalo dos empréstimos aos ‘yakuzas’ explodiu no fim de setembro, quando a ASF acusou o Mizuho, um dos três maiores bancos do Japão, de conceder empréstimos a “forças antissociais”.
A FSA destacou 230 créditos concedidos a tais organizações, que superaram 200 milhões de ienes (1,5 milhão de euros). Os executivos do banco afirmaram em um primeiro momento que ignoravam as operações, que atribuíram a diretores de menor escalão, mas depois foram obrigados a reconhecer que estavam a par.
Em um relatório entregue à FSA na última segunda-feira (28), o Mizuho afirma que 54 diretores, entre aposentados e ainda empregados, serão punidos, incluindo o presidente do conselho de administração do Mizuho Bank, a filial bancária da holding financeira Mizuho Financial Group.
Os clãs de ‘yakuzas’ vivem de diversas atividades lucrativas e geralmente ilegais, como jogo, drogas, prostituição, extorsão e lavagem de dinheiro através de empresas tradicionais. Os grupos não são por si ilegais e as autoridades toleraram por muito tempo suas atividades, mas a legislação antimáfia foi reforçada e a polícia passou a atuar contra as organizações criminosas de maneira mais intensa nos últimos anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário