Oduque, ex-prefeito de Itabuna.
Foto: Vanusa de Jesus/Diário Bahia.
Num tempo em que o verbo mais conjugado pela humanidade é consumir – bens, mercadorias, ideias e até pessoas –, pode-se dizer que o empresário José Oduque Teixeira trafega na contramão. No volante do seu inseparável Del Rey anos 80, ele chega aos 90 anos de vida, completados no próximo dia 18 de outubro. O ex-prefeito de voz mansa e olhos "verde-esmeralda", casado há 68 anos com dona Amenaide Teixeira e pai de três filhos, conta histórias que fazem dele uma verdadeira lenda urbana em Itabuna. Veja na entrevista a seguir, concedida à jornalista Celina Santos, do Diário Bahia.
Por Celina Santos
Apesar de ser um homem de posses, o senhor tem um carro simples e parece ter hábitos também simples. Com o quê gasta dinheiro ? Olha, eu tenho como fundamento na minha vida olhar o meu semelhante, sobretudo, os meus familiares. Sou filho de uma família pobre. Meu pai casou-se com minha mãe e tiveram sete, oito filhos que foram, naturalmente, criados sem nenhuma instrução. Eu fui mais feliz, porque minha tia me trouxe aqui para o sul quando eu tinha 16 anos e procurei a estrada mais capaz de prosseguir. Eu perguntei como seria administrado; não, vou me administrar, vou estudar e trabalhar. E assim fiz. Portanto, não tenho condições de alimentar a vida financeira de ninguém, nem olho esse aspecto. Devido à minha simplicidade familiar, não sou homem de ter helicóptero, ter avião próprio, ter automóvel de luxo. Eu tenho um automóvel tirado aqui na antiga firma Oduque Veículos, que eu uso, é muito bom e me serve; tenho também duas caminhonetes para transporte de pequenos materiais de construção. O meu 'Del Rey', ou seja, o meu 'lata-velha' resolve bem os meus trabalhos. E eu não tenho nenhum desejo, nenhuma vontade de ter coisas de luxo.
A chamada ostentação não é uma vontade sua... Não tomo um copo de cerveja, de uísque, não fumo etc e tal. Tenho muito cuidado com a vida. Gosto de amar, ser amado. A vida deve ser seguida com respeitabilidade generalizada aos bens do próximo, não quero nada ilegalmente, nada daquilo que possa magoar meus interesses nem os interesses de ninguém.
Podemos dizer que o senhor gasta seu dinheiro tal como uma pessoa que vive com um salário mínimo, suprindo apenas as necessidades básicas? Não, é o seguinte. Eu gasto aquilo que se torna necessário para as despesas de alimentação, saúde, segurança e aquelas ajudas que são controladas, naturalmente, pelo sistema: Maçonaria, Rotary, Lions etc. Os componentes dessas instituições dão ajuda oficialmente e elas, então, fazem a distribuição. Eu não nego de dar minhas contribuições fora dessas instituições, mas com a devida cautela. Não quero me arruinar economicamente, fazendo aquilo que não é possível. Não sou homem de estar viajando para o exterior, fazendo passeios especiais, fico mais aqui, nas beiradas das terras itabunenses. LEIA A ENTREVISTA COMPLETA CLICANDO AQUI //www.diariobahia.com.br/noticias/em-destaque/5095-homem-rico-oduque-chega-aos-90-anos-com-uma-vida-modesta.html
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