Marina Silva confiou demais na militância virtual para montar a sua Rede e se deu mal. O projeto de partido não atingiu o mínimo de 492 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral e, dificilmente, a ex-senadora conseguirá realizar o sonho de sair candidata à Presidência da República em 2014 por uma legenda própria. Faltou base concreta ao partido, pensado a partir de um conceito abstrato de se fazer política, compartilhado por uma cúpula. Era como se a Rede tivesse cabeça, mas lhe faltassem pés.
O fato carrega um “pesar”, como frisou o representante do Ministério Público responsável por desabonar a criação da Rede. Pesar porque Marina, de forma surpreendente, obteve 20% dos votos válidos nas eleições de 2010 e é vista por uma parcela significativa da população como uma alternativa diferente à política tradicional de negociatas e alianças em troca de cargos. Se a Rede seria mesmo imune a esses vícios, não será possível saber, pelo menos por agora.
Ilusão diferente viveu o pragmático senador Clésio Andrade. Saiu do PR, em dezembro de 2011, e filiou-se ao PMDB, em março de 2012, com a promessa de candidatura ao governo do Estado. Se ainda havia alguma esperança para o parlamentar, ela foi sepultada anteontem com a filiação do empresário Josué Gomes, filho do ex-vice-presidente José Alencar, na legenda. E o pior, o novo peemedebista chegou ao partido ungido e celebrado por Lula, num claro sinal da intenção de uma chapa única entre PT e PMDB ao governo de Minas com livre escolha de cargo para Josué Gomes: vice do ministro Fernando Pimentel ou candidato ao Senado pelo bloco.
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