Pesquisa do Ibope encomendada pelo Jornal O Estado de São Paulo e publicada na edição de sexta-feira também pelo O Globo e Folha de São Paulo, revela a recuperação da presidente Dilma Rousseff em matéria de intenções de voto para as eleições de 2014. Ela subiu de 30% em julho, para 38 pontos em setembro, enquanto Marina Silva desceu de 22 para 16%. No mesmo período, Aécio neves recuou de 13 para 11 pontos. Eduardo campos passou do quinto para o quarto lugar. Trinta e um por cento é a faixa de eleitores indecisos (16%) e dos que se dispõem a votar em branco ou anular o voto, na escala de 15%.
Logo, se a sucessão presidencial fosse agora, Dilma Rousseff estaria reeleita. Retirados do cálculo aqueles 31%, 69 passam a ser iguais a 100. Trinta e oito pontos são mais do que a metade de 69%. Ou, como acentuou a reportagem de O Globo, Rousseff tem mais intenções de voto que as dos demais candidatos, no subtotal de também 31%. O Ibope fez uma segunda rodada, substituindo Aécio por José Serra. Em vez de 11, Serra alcançaria 12 pontos. O cenário permanece quase o mesmo, portanto.
O Instituto presidido por Carlos Augusto Montenegro colocou em prática alternativas simuladas para um segundo turno. Contra Marina, Dilma venceria por 43 a 26. Tanto contra Aécio ou Serra, a margem a favor da atual presidente seria de 45 a 21%. Finalmente, se o adversário fosse Eduardo campos, Dilma venceria por 46 pontos contra apenas 14%. O aspecto mais importante da pesquisa, a meu ver, está na identificação das tendências.
A tendência de Dilma Rousseff voltou a ser para cima, enquanto a de sua principal adversária, Marina Silva, é para baixo. A estagnação assinala as posições de Aécio Neves (ou José Serra) e de Eduardo Campos. Faltou apenas, ao Ibope, pesquisar um universo reunindo Dilma, (pelo PT-PMDB), Aécio Neves (pelo PSDB), José Serra (pelo PPS) e Eduardo Campos (pelo seu partido o PSB). Assim poder-se-ia avaliar as forças de Aécio e de Serra num cenário conjunto. Mas em tal hipótese Marina Silva estaria excluída, já que o PPS pode oferecer a ela, e não a Serra, sua legenda para disputar a presidência da República.
Os leitores hão de ter notado em todas as alternativas um percentual superior a 30% permanece indefinido. Mas nunca tal quadro se matem no final da campanha. Nada disso. À medida em que as engrenagens das candidaturas se acumulam, cai a taxa de indecisão. Nos últimos pleitos presidenciais vem se restringindo a 7 ou 8%. Isso porque o desenvolvimento da campanha, como não pode deixar de ser, vai envolvendo o eleitorado motivando-o para o momento das urnas. A publicidade é intensa, os pronunciamentos e posicionamentos políticos também. Assim aconteceu na sucessão de 2010, quando Dilma venceu Serra por 56 a 44 pontos dos sufrágios úteis, que passaram da escala de 90%.
Dois fatores somam para Dilma Rousseff: o programa Bolsa Família, especialmente no Nordeste, e a política salarial. Os trabalhadores, servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS vêm sendo reajustados anualmente, não perdendo para a inflação do IBGE. O salário mínimo até um passo acima. Quadro frontalmente diferente do que acontecia no governo FHC e do que acontece hoje no governo Sergio Cabral, no Rio de Janeiro.
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