Harmonia entre opção preferencial pelos pobres e opção preferencial por todas as elites
Paulo Roberto Campos
Movimentos comprometidos com a “esquerda católica”, especialmente os simpáticos à Teologia da Libertação, tentam “exumar” velhos sofismas para interpretar equivocadamente o conceito de “opção preferencial pelos pobres”.
A esse propósito, cabe lembrar que, a pretexto da luta pela proteção dos pobres, o comunismo subjugou diversos países, entre os quais Cuba, que por mais de 50 anos jaz na mais negra miséria. Dessa mesma pobre Cuba, da qual o atual governo brasileiro pretende “importar” seis mil médicos, cuja atuação em nosso território causará a pior das epidemias: a disseminação do vírus das ideias comunistas.
Contrariamente à doutrina da Teologia da Libertação, no primeiro capítulo da obra Nobreza e elites tradicionais análogas (1993), Plinio Corrêa de Oliveira escreve: “Na nossa época, na qual tão necessária se tornou a opção preferencial pelos pobres, também se faz indispensável uma opção preferencial pelos nobres, desde que incluídas nesta expressão também outras elites tradicionais expostas ao risco de desaparecimento e dignas de apoio”.
A autêntica doutrina católica sempre ensinou a legitimidade da desigualdade entre as classes sociais e a harmonia que deve reinar entre elas, assim como, invariavelmente, condenou a luta de classes. É o que destaca o trecho a seguir, extraído das primeiras páginas de Nobreza e elites tradicionais análogas, explicando o que é propriamente a “opção preferencial”:
“A opção preferencial pelos nobres e a opção preferencial pelos pobres não se excluem, e menos ainda se combatem, segundo ensina João Paulo II: ‘Sim, a Igreja faz sua a opção preferencial pelos pobres. Uma opção preferencial, note-se, não, portanto, uma opção exclusiva ou excludente, porque a mensagem da salvação é destinada a todos’.
“Essas diversas opções são modos de manifestação do senso da justiça ou da caridade cristã, que só podem irmanar-se no serviço do mesmo Senhor, Jesus Cristo, que foi o modelo dos nobres e modelo dos pobres, segundo nos ensinam com insistência os Romanos Pontífices”.
Compreendemos, com esse esclarecimento, o quanto equivocado e doutrinariamente falso é o conceito de luta de classes reivindicada pelo marxismo e pregada pela “esquerda católica”, pois a “opção preferencial” não é exclusivista.
Compreendemos também que os intelectuais miserabilistas da “teologia da libertação” não atuam em prol do povo autêntico, nem o entendeu, pois as camadas populares desejam viver em harmonia com as diversas classes sociais e não num clima de “luta de classe”.
Entendeu com sutileza esse tema o carnavalesco Joãozinho Trinta quando, em 1978, afirmou: “O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”. É por isso que, se de um lado observa-se a flagrante imoralidade carnavalesca, nota-se também, no carnaval, fantasias de príncipes, princesas, reis e rainhas, com seus coloridos mantos e coroas douradas.
(*) Paulo Roberto Campos é jornalista e colaborador da ABIM.
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