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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Brasileiros criam serviço que rastreia comentários sobre emprego no Twitter

Se você é do tipo que costuma usar o Twitter para falar mal do chefe ou do emprego, tome cuidado: brasileiros acabaram de criar um serviço que rastreia esse tipo de comentários e os reúne no site Fire.me, demita-me em tradução livre. O serviço foi criado pelo pesquisador brasileiro Ricardo Kawase, com ajuda de Bernardo Nunes, ambos da Universidade de Hannover, na Alemanha. A princípio, a plataforma só coletava posts em inglês, mas ganhou versão em português e espanhol nos últimos dias. Uma versão para o Facebook está sendo cogitada.

Kawase conta que a ideia surgiu durante um seminário sobre privacidade na web. “O palestrante, professor Nikolaus Forgó, mostrou exemplos de pessoas que fizeram vazar informações sensíveis em redes sociais e acabaram sendo, de alguma forma, prejudicadas.” Durante a palestra, ele pensou que seria simples desenvolver uma ferramenta que verificasse automaticamente as pessoas que falam mal do trabalho ou do chefe no Twitter. Kawase garante que nunca falou mal do superior nas redes sociais e que depois de começar os estudos adquiriu ainda mais consciência digital.

“Odeio meu trabalho” é a frase mais popular entre os achados do site. Todos as postagens são públicas no Twitter. O conteúdo é dividido em “maus empregados”, “chefes intragáveis”, “o chefe que se...” e “assassinos em potencial”. Há ainda um ranking com os usuários que mais reclamam do seu trabalho. Algumas pessoas já descobriram a ferramenta e estão postando mensagens só para aparecer na lista. Decisão inteligente, não?

O sistema só prova que muitas pessoas ainda não se deram conta de que as empresas podem estar de olho no que os funcionários e candidatos estão compartilhando na rede. A Sapiens Solutions, empresa de tecnologia da informação, está em pleno processo seletivo. Guilherme Reis, de 29 anos, diretor da Sapiens, conta que, dependendo da vaga, exige até o perfil do Facebook do candidato. “Cada cargo tem uma avaliação. Se for para programador, uma função que exige concentração, e a pessoa faz 15 postagens por dia, sei que é disperso. Se ele fica o dia todo naquilo, o trabalho não vai fluir. Mas se for para publicidade ou designer e o candidato tem posts a cada três dias, aí já é negativo”, esclarece.

Reis conta que já contratou um funcionário que conheceu por meio do Facebook porque viu que ele postava no perfil pessoal conteúdo ligado ao trabalho de analista de servidor, como congressos e cursos. Perfil fechado no Face, para ele, pode até virar critério de desempate. No entanto, o site que ele mais observa é o LinkedIn, e reclama que as pessoas não atualizam seus perfis. “Eu não olho as redes sociais dos funcionários, mas depois da contratação você acaba adicionando o empregado como contato. Já tive que repreender uma profissional por postar conteúdo da empresa na internet”, lembra.

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