Eduardo Schiavoni/Do UOL, em Americana (SP)
Um analista de sistemas de Sumaré (a 118 km de São Paulo) encontrou, na porta de um banco, R$ 700 e buscou, durante três dias, o dono do dinheiro para devolvê-lo. Chegou a tentar pela internet e procurar a polícia. Na quarta-feira (23), encontrou o pedreiro Eduardo Laurindo Silva, mas só nesta quinta-feira (24) conseguiu fazer a devolução.
Leonardo D'Angelo Gonçalves encontrou o dinheiro na porta giratória de um banco na avenida Sete de Setembro, no centro da cidade. Ele estava acompanhado da mulher, Nathália Ferreira D'Angelo, e de um outro cliente da agência. O dinheiro estava dobrado ao meio, com um cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) no nome de Laurindo Silva e um bilhete de aposta na Mega-Sena.
Gonçalves procurou o dono do dinheiro na região da agência, mas não encontrou. Ele esperou quase uma hora para ver se alguém retornaria buscando esses pertences, mas isso não aconteceu.
Então ele levou os R$ 700 para casa e acessou a internet para tentar encontrar Laurindo Silva nas redes sociais, sem sucesso. Ele também foi ao posto de saúde de onde vinha o cartão do SUS, mas não conseguiu informações. A gerência do banco também foi procurada, mas não deu detalhes sobre o correntista. "Eles não podiam informar os dados por questão de segurança", disse.
Ele foi orientado a procurar uma delegacia, onde registrou boletim de ocorrência informando que havia encontrado as cédulas. Coube à polícia conseguir os dados de Laurindo Silva e fazer a entrega. "O pessoal da polícia não entendeu direito. Primeiro, perguntaram onde eu tinha perdido o dinheiro. Só depois entenderam que eu tinha encontrado e queria devolver. Virei atração", diz.
O pedreiro, que tem renda mensal de R$ 1.500, mora a sete quilômetros de distância de Gonçalves. A entrega do dinheiro foi feita hoje pela manhã. Gonçalves, no entanto, fez questão de ressaltar que não se acha especial pela ação. "Se eu perdesse essa quantia, gostaria que fizessem o mesmo comigo. Não pensei duas vezes", afirma ele. "Sei bem que isso faria falta. Do mesmo jeito que ficaria feliz se me devolvessem, fico feliz em devolver", disse.
A reportagem tentou contato com Silva, mas ele não foi localizado. Em entrevistas à imprensa da região de Campinas, Silva agradeceu a Gonçalves e informou que, sem o dinheiro, não teria condições de pagar as contas do mês. "Eu trabalho de pedreiro. Para ganhar isso, dá um trabalho...Receber de volta esse dinheiro foi como se tivesse ganhado na Mega-Sena. Os R$ 700 para mim é como se fosse R$ 28 milhões", comemorou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário