Os gastos dos parlamentares com o dinheiro público desrespeitam sobremaneira os contribuintes nacionais, que são cotidianamente espoliados com a cobrança de alta carga tributária para pagar, entre outras coisas, as mordomias e as prebendas de que desfrutam os senhores deputados e senadores.
O jornal espanhol El País certa feita escreveu que ser político no Brasil é uma grande sorte devido às vantagens auferidas. E tanto é verdade que deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), por exemplo, já está no seu 11º mandato e não quis mais largar as luzes da ribalta do poder, as sinecuras, as vantagens pessoais e pecuniárias, as prebendas, as mordomias políticas.
Se não fosse a mídia investigativa nacional fazer o papel que deveria ser das autoridades (corruptas) brasileiras e denunciar o referido deputado por malversação pública, ele não iria devolver nada aos cofres da nação pela orgia de gastos em residência oficial da Câmara, ou seja, “O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira que irá devolver R$ 8.700 gastos com a instalação de uma cobertura ao lado da piscina da residência oficial Câmara. A Folha revelou que, a pedido de Alves, foi construído no local um deck com recursos públicos.
Alves afirmou que mandou construir a cobertura porque não havia nenhuma sombra perto da piscina, o que inviabilizaria sua utilização, e que decidiu devolver o dinheiro porque não era algo que já existia na casa. Duas árvores foram cortadas para dar lugar ao deque.
Com relação aos gastos com enxoval, o deputado afirmou que não irá restituir os valores por considerar que são utensílios que compõem a Casa independentemente de sua vontade. A Câmara gastou R$ 4.000 com a compra de nove colchas de casal, dois jogos de lençol, 5 toalhas de banho, 8 colchas de solteiro, 4 travesseiros e 7 toalhas de piso. Um único lençol custou R$ 599,00. Segundo uma loja especializada de Brasília, por esse valor é possível adquirir um lençol de ‘600 fios, toque acetinado e de puro algodão’. Outras quatro colchas de solteiro saíram pelo total de R$ 796,00”. Fonte: Folha de S.Paulo.
Enquanto isso, senhor deputado, milhões de brasileiros pobres, sem eira nem beira, que não têm plano privado de saúde, habitação, saneamento básico e vivem muitos em lugares insalubres onde o esgoto ainda corre a céu aberto; não têm educação de qualidade e segurança pública, porque falta verba para sanear todos esses problemas, mas o deputado, sem escrúpulo e parcimônia, finge desconhecer a miséria brasileira e gasta como um nababo dinheiro que não sai de seu bolso.
Por isso, precisa-se de uma reforma política séria para introduzir na Constituição Federal poderes substantivos à população de poder cassar diretamente políticos solertes, safos e inescrupulosos, que só querem tirar vantagem da coisa pública. Este é o tecido viciado de nossa política: só tem oportunista. Como bem definiu Lênin: “Onde termina a política começa a trapaça”. E de trapaceiros políticos o Brasil está cheio.
O deputado Eduardo Alves deveria espelhar-se no Parlamento sueco, onde os gastos públicos dos parlamentares são fiscalizados e respeitados. É só acessar a internet em Parlamento sueco dá exemplo da transparência – Youtube, para ver como o a Suécia respeita coisa pública.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC para o Tabocas Noticias (via email)
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