Fernanda Calgaro*Do UOL, em Brasília
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta segunda-feira (29) que a presidente Dilma Rousseff "certamente" não participará dos eventos de 1º de Maio.
"Enquanto a gente não tiver o 1º de Maio unificado, não faz sentido a presidenta fazer uma escolha no 1º de Maio. A presidenta recebeu as centrais, nós estamos trabalhando a pauta das centrais, mas ela não vai ao 1º de Maio."
Carvalho disse também que irá se encontrar amanhã com Dilma para tomar uma posição em relação à pauta de reivindicações apresentada pelas principais centrais sindicais em março.
"Nós vamos nos encontrar com a presidenta amanhã para tomar a nossa posição em relação ao 1º de Maio", disse Carvalho na entrada de uma audiência pública no Senado sobre projeto de lei que regula as parcerias entre governo e ONGs.
Indagado se a regulamentação da PEC das Domésticas também poderá ser discutida com a presidente, ele disse não saber, mas que é possível.
Ainda sem resposta do governo federal, as entidades sindicais ameaçam transformar os shows do Dia do Trabalho em palanques contrários à presidente. A Força Sindical, por exemplo, pretende abrir espaço em seu evento para presidenciáveis da oposição.
A pauta de reivindicações foi entregue em março após a 7ª Marcha a Brasília, organizada pela Força Sindical, pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), pela CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) e pela Nova Central.
Carvalho aproveitou para enaltecer o papel do governo na área do emprego. "O governo tem muita consciência do que ele mudou, do que nós conseguimos, junto com os trabalhadores, mudar nessa questão do emprego e da distribuição de renda. O Brasil, frente a uma crise mundial, é um dos campeões do emprego."
Ele ressaltou que o governo "dialoga com os trabalhadores" e "atende as reivindicações que são possíveis, naturalmente".
Veja os itens da pauta dos trabalhadores:
- 40 horas semanais sem redução de salário;
- Fim do fator previdenciário;
- Igualdade de oportunidade entre homens e mulheres;
- Política de valorização dos aposentados;
- 10% do PIB (Produto Interno bruto) para a educação;
- 10% do orçamento da União para a saúde;
- Correção da tabela do Imposto de Renda;
- Ratificação da Convenção158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que proíbe a dispensa sem justa causa;
- Regulamentação da Convenção 151 da OIT, que regula, entre outros pontos, o direito de greve dos funcionários públicos;
- Ampliação do investimento público.
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