Misturando-se com as notícias do julgamento do 'Mensalão do PT', da posse do ministro Joaquim Barbosa na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) - ele assume como vice-presidente por causa da aposentadoria compulsória do ministro Ayres de Britto e logo após por ter sido eleito para os próximos dois anos - e mais os feriadões e até o julgamento do ex-goleiro Bruno, do Flamengo, pouca gente fica sabendo que amanhã será lido o relatório da CPMI do Cachoeira, que encerrou seus trabalhos. A imprensa divulga que o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG) vai apresentar informações incompletas e até mesmo algumas com erros e omissões de indiciados;
No documento, o relator pedirá o indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), do prefeito de Palmas, capital do Estado de Tocantins, Raul Filho (PT), e também do diretor da Construtora Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, entre outros. Apesar do escândalo da ligações do governador Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, com o ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, comprovada no conhecido episódio da 'danaça dos guardanapos' num hotel de luxo de Paris, o chefe do Executivo fluminense foi devidamente blindado sob ordens do Palácio do Planalto e está fora do relatório de Odair Cunha;
Um grupo de integrantes da CPMI do Cachoeira, considerados como independentes, vai encaminhar um relatório paralelo à Procuradoria Geral da República (PGR), solicitando investigações, quebra de sigilos e indiciamentos não incluídos no documento que será apresentado pelo relator. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) estará solicitando à PGR que indicie Fernando Cavendish e investigue o governador Sérgio Cabral, afirmando: "Cabral tinha relações pessoais com o Cavendish. Carlinhos Cachoeira é apenas parte do esquema. Cavendish é o cabeça";
O que se sabe é que o Palácio do Planalto vai usar todos os meios para impedir que a PGR vá muito fundo. É que a Delta Construções que provocou a prisão do 'empresário da contravenção' Carlinhos Cachoeira e a cassação do mandato do ex-senador Demóstenes Torres, e que é considerada pela Controladoria Geral da União (CGU) como inidônea desde junho, mas é a segunda maior empresa que mais recebe repasses do Governo Federal. Até outubro último, a Delta recebeu R$ 341 milhões e 800 mil. A delta é responsável por volumoso número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), verdadeira menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff, a quem o ex-presidente Lula chamava de 'mãe do PAC' durante a campanha eleitoral de 2010;
Pode parecer que não, mas a permanência da inidônea Delta no acesso aos cofres da União é uma prova de que o dinheiro público não é mesmo levado a sério pelas autoridades. E fica também a expectativa sobre até quando o governador Sérgio Cabral vai ficar sem dar explicações sobre o crescimento dos contratos da Delta no Rio de Janeiro, alguns até sem passar por processo de licitação. Cabral pode ser amiguinho de Dilma Rousseff, mas certamente a sociedade vai cobrar dele explicações. por Airton Leitão
Que escândalo? Sérgio Cabral é amigo pessoal de Cavendish e nada mais.
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