O PT admitiu que a acusação feita na sexta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, aos réus do processo do mensalão, teve impacto pela contundência e até pelo pedido de prisão imediata dos que forem condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, para o partido, o impacto inicial tende a ser diluído ao longo da semana com as manifestações dos defensores.
"Não se pode negar que o procurador é um dos atores do processo. Era a vez de ele falar e fazer a acusação. E ele o fez com forte teor político. Agora chegará a vez de os advogados apresentarem os argumentos técnicos. E, depois, a vez de os juízes se manifestarem e decidirem. E está claro que a decisão dos ministros será técnica", disse o ex-líder do PT na Câmara e vice-presidente da CPI do Cachoeira, Paulo Teixeira (SP).
Já o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), chamou de "fraca" e "inconsistente" a manifestação de Gurgel. "Ele não mostrou prova nenhuma, politizou o julgamento. Ele foi contaminado pelo movimento midiático, jogou para a plateia. É um momento triste da história do Ministério Público, que se apequenou".
O pedido de prisão imediata dos condenados foi também criticado. "São os autos e as provas que definem o que vai ser feito, quando ele pede isso é porque não tem elementos", disse Tatto, que protestou ainda contra a afirmação de Gurgel de que sofreu "ataques grosseiros e mentirosos". Para o líder petista, o procurador mentiu. "Ele disse que foi pressionado, mas não diz quem o pressionou. É mentira. Se algum juiz ou procurador é pressionado por alguém tem obrigação de denunciar e ele não fez, então é tudo mentira".
Para ele, os ministros não deverão ser influenciados pelas fortes palavras do procurador. "Essa corte é calejada e vai decidir pela lei, pelos autos, não por palavras". Da Agencia Estado
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