Veja é um partido político. Um partido político de extrema direita, que omite dos leitores sua agenda política. A tese é de Marcelo Sereno, ex-assessor da Casa Civil, que, neste fim de semana, foi personagem de destaque de uma reportagem da revista. Intitulada “Onde foi parar o dinheiro?”, ela aponta o suposto sumiço de recursos do pré-sal que teriam sido repassados à prefeitura de Maricá, no Rio de Janeiro.
Ex-secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Sereno hoje é candidato a vereador, no Rio de Janeiro. E procurou o 247, ao ler nossa manchete anterior sobre a “guerra fria” entre a Editora Abril e o PT (confira aqui). “Eles vão inventar uma denúncia a cada semana até o dia do julgamento do mensalão”, diz ele.
Na deste fim de semana, Veja aponta que o dinheiro do pré-sal “evaporou” na gestão do PT. “No rol de abusos, o beabá da corrupção: improbidade administrativa, danos ao Erário, prevaricação, peculato, abuso de poder econômico, superfaturamento, contratação de empresas-fantasma – maracutaias que podem ter feito evaporar do caixa oficial cerca de 150 milhões de reais”, diz o texto de Leslie Leitão, que atribui as falcatruas à turma de José Dirceu encastelada na prefeitura.
Segundo Veja, a receita com royalties teria sido de R$ 35 milhões nos primeiros três meses deste ano e poderia chegar a até R$ 1 bilhão em um ano. Sereno argumenta que o valor mensal não passou de R$ 6 milhões e que, no melhor cenário, a receita totais da cidade, incluindo os royalties, serão de R$ 200 milhões/ano.
Mas sua divergência vai além dos números. “As perguntas foram mandadas para a prefeitura às 16h da sexta-feira”, disse ele ao 247. “Era evidente que não queriam resposta alguma; não procuraram ninguém para se informar, vieram com a agenda pronta”, afirma.
Segundo Sereno, a denúncia é uma coleção de colagens de notícias postadas em blogs ligados à oposição política da prefeitura de Maricá – um chamado Itapuaçu Site e outro Tempo Livre. O objetivo, na sua visão, seria colocar mais pressão sobre o Supremo Tribunal Federal, às vésperas do julgamento do mensalão, associando questões da cidade ao ex-ministro José Dirceu.
Sereno afirma que nunca processou jornalistas, mas diz que, neste caso, não terá alternativa. “A própria equipe da revista espalhou pela cidade que vinha numa missão política; eles são um partido político”, reforça. De 247
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