Ideia é reservar 50% das vagas em universidades públicas e escolas técnicas federais para alunos que sempre estudaram em escola pública. Metade será para estudantes com renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meioe a outra metade para negros, pardos e índios na proporção de cada segmento na população do estado onde está localizada a instituição de ensino
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Alvaro Dias (PSDB-PR), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Lobão Filho (PMDB-MA) foram os únicos a discordarem. Esse último, filho da autora da proposta, manifestou-se contrário, mas não pelo mérito, e sim por desejar fazer “ajustes” necessários na matéria para melhorá-la. Mas foi voto vencido. O projeto foi votado sem alterações e, agora, segue para a comissão de Direitos Humanos e, depois, para a de Educação.
Sérgio José Custódio, presidente do Movimentos dos Sem Universidade, comemorou a vitória, mas teme a morosidade. “Não queremos que o Brasil espere mais. Depois que o Supremo confirmou a legalidade das cotas, é hora de o Legislativo aprovar e mandar logo para a presidente sancionar. Ela tem que assumir esse compromisso pela igualdade”, disse. Segundo o projeto, o Executivo deverá fazer a revisão do programa de acesso em dez anos. As instituições de ensino superior públicas terão quatro anos para implementar integralmente as cotas. Os alunos beneficiados terão que atingir, nos vestibulares, as notas mínimas exigidas pela instituição, em cada disciplina, para aprovação.
Bônus
Em Minas Gerais, a UFMG, maior instituição pública de ensino superior do estado, informou por meio da assessoria de imprensa que uma avaliação sobre o projeto só será feita quando o texto virar lei. Enquanto estiver em tramitação, a universidade prefere não se manifestar sobre o sistema de cotas. Hoje, a UFMG tem um sistema de bônus concedido ao candidato que comprovar que estudou quatro anos do ensino fundamental e mais três do ensino médio em escola pública. Este aluno tem direito a 5% de bônus sobre a nota da primeira etapa do vestibular – cálculo feito a partir da nota do Enem para ter o máximo de 100 pontos – e mais 10% na segunda etapa. Para o aluno que ainda se autodeclarar negro ou pardo, o bônus é de 7,5% na primeira e 15% na segunda etapa.
O projeto, de autoria da deputada Nice Lobão (PSD-MA), recebeu apoio da maior parte dos senadores, que consideram importante uma lei detalhando o sistema de cotas, apesar da posição favorável já manifestada pelo STF. Pedro Taques (PDT-MT) foi um dos mais ferrenhos defensores. “As políticas afirmativas combatem elementos fáticos. Quantos negros existem nesta sala, a não ser o senhor que nos serve café?”, questionou.
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