Minas 247 - O livro “Privataria Tucana”, lançado no ano passado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., continua rendendo polêmica. E muitas brigas, inclusive na Justiça. A obra, um dos maiores sucessos de vendagem do mercado editorial brasileiro nos últimos anos, motiva uma batalha entre PT e PSDB, mas também uma briga interna no ninho tucano, entre os grupos ligados ao senador Aécio Neves e ao ex-governador paulista José Serra.
Nesta segunda-feira, Aécio e o secretário nacional de Comunicação do PT, deputado federal André Vargas, não conseguiram chegar a um acordo no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Os dois brigam na Justiça mineira desde outubro do ano passado, quando o senador do PSDB moveu processo exigindo R$ 500 mil do petista e um pedido de desculpas público e formal. Vargas acusou Aécio de ter sido o autor, ainda em 2010, da encomenda de dados sigilosos sobre o então presidenciável tucano José Serra.
Na época, em plena disputa eleitoral entre Serra e Dilma Rousseff, parte da imprensa apelidou a polêmica de “dossiegate”. Nessa linha de pensamento, o comitê eleitoral de Dilma teria quebrado sigilos fiscais de pessoas ligadas ao PSDB, além de familiares do próprio Serra. As denúncias provocaram polêmica e enfraqueceram a candidatura da petista. Até que Vargas, em seu Twitter, atribuiu as violações fiscais a Aécio, para prejudicar Serra. Os dois, Aécio e Serra, rivalizavam pelo controle do PSDB - essa briga, aliás, continua atual.
O secretário de Comunicação do PT não aceita o pedido de desculpas público por alegar que o que escreveu no Twitter foi apenas a reprodução do que era publicado na imprensa naquela época. Sem o acordo, ambas as partes (Aécio e Vargas) buscarão testemunhos e provas para se defenderem na Justiça.
Amaury Ribeiro Jr. confirma que a origem de “A Privataria Tucana” é mesmo em Minas Gerais. Em 2009, ele trabalhava como repórter no jornal Estado de Minas. Naquele ano, Aécio teria obtido informações de que Serra estaria investigando sua vida, buscando informações que poderiam ser usadas na briga interna entre os tucanos. O governador mineiro então teria pedido ao Estado de Minas para fazer o mesmo, só que de forma invertida: foi aí que Amaury, encarregado da reportagem, descobriu boa parte dos dados fiscais que resultariam em livro.
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